Opiniões divergentes entre o presidente Gilvan de Pinho Tavares e o técnico Marcelo Oliveira. As declarações do treinador, após o empate do Cruzeiro com a Caldense por 1 a 1, nesse domingo, no Mineirão, não pegaram bem com o chefe. Marcelo disse que o clube não pode ser afoito na hora de contratar novos jogadores e que deve buscar atletas para as posições que o time mais necessita. Ele também se queixou da demora na regularização dos contratados junto à CBF, como, por exemplo, o meia De Arrascaeta, que não pôde atuar neste domingo. Ao comentar o assunto, Gilvan foi rígido.

- Eu não ouvi as declarações dele, ouvi comentários. Eu prefiro acreditar que ele não tenha falado isto. Ele hoje é um treinador de ponta do futebol brasileiro e o Cruzeiro o tornou de ponta. Isto que aconteceu no Cruzeiro em janeiro, de vários jogadores deixarem o clube na janela internacional, é consequência de um grande trabalho feito pela diretoria e pelo técnico Marcelo Oliveira. Ele tem que aceitar estas coisas. A remontagem do plantel nem sempre se dá de um dia para o outro. Só depois das vendas é que você pode remontar o plantel. Então eu prefiro acreditar que ele não pensa desta forma e que saiu sem querer porque o time teve um resultado ruim. O time ainda está em fase de montagem.

Gilvan de Pinho Tavares falou sobre os problemas que vem enfrentando este ano e dividiu os méritos dos títulos conquistados em 2013 e 2014 com Marcelo.

- Na realidade, o Marcelo só ganhou dois títulos brasileiros porque tinha um plantel montado pelo Cruzeiro. Alguns jogadores vieram por sugestão dele, mas a maioria não. O plantel deu certo e nós fomos campeões. Só deu certo porque tínhamos muitos jogadores. Com a grande quantidade de competições que disputamos, precisamos de um plantel grande. Nós estamos fazendo questão de montar um plantel maior para termos condições de disputar todos os títulos. Em 2014, mesmo com um plantel grande, sentimos falta de jogadores por causa das contusões e dos cartões.

Sobre a contratação de mais um armador, que Marcelo pediu para revezar com De Arrascaeta, Gilvan disse que está empenhado no assunto. Mais uma vez, o presidente demonstrou que o clima com o treinador não é dos melhores ao dizer que tais conversas devem ser no ambiente do clube.

- Eu acho que estes assuntos devem ser conversados internamente, entre treinador e diretoria. Eu gostaria de saber qual é a peça que falta. Ontem (domingo) conversamos por mais de 40 minutos, no vestiário. O Marcelo sabe que estamos atrás desta peça e vamos acabar encontrando, dentro ou fora do Brasil.