Duas vezes campeão brasileiro, eleito craque do campeonato em ambos os títulos, campeão estadual em Minas Gerais e ídolo do Cruzeiro. Soma-se a isso a possibilidade de conquistar a Libertadores em 2015 e de fazer parte do grupo da Seleção Brasileira que disputará a Copa América neste ano. Apesar dos altos valores da oferta do Al Ahli, deixar o Brasil e se transferir para os Emirados Árabes Unidos certamente não foi uma decisão fácil para Éverton Ribeiro. E, para definir se havia chegado a hora de buscar o sucesso no futebol internacional pela primeira vez em sua carreira, o meia contou com o importante apoio de seu pai, que afirmou já ter até pesquisado sobre o uso de turbantes no país.

É da pacata Santa Isabel, município com pouco mais de 50 mil habitantes da região metropolitana de São Paulo onde o meia cresceu, que Amadeu Ribeiro se comunica com Éverton e acompanha as notícias sobre a recente transferência do atleta para o Oriente Médio. Sem se deslumbrar com os altos valores da negociação, ele mantém o jeito simples e o bom humor que sempre o caracterizaram. Entre uma ou outra brincadeira no contato por telefone com o GloboEsporte.com, Amadeu revela que aprovou a escolha do filho.

- Nós conversamos quase todos os dias. Estou super feliz por ele. Na minha opinião de torcedor, ele fez o certo. Sempre foi um sonho dele ser reconhecido no Brasil como um grande jogador e se transferir para o exterior. É uma proposta interessante, um país maravilhoso, e ele terá a chance de conhecer uma nova cultura – disse.

Após passagens por Corinthians, São Caetano, Coritiba e o próprio Cruzeiro, esta será a primeira vez de Éverton Ribeiro, atualmente com 25 anos, no futebol exterior. Por conta disso, Amadeu está ciente de algumas dificuldades que o filho possa enfrentar no período de adaptação à nova casa. Mesmo assim, ele aposta na presença de um outro brasileiro no elenco do Al Ahli para que o meia se acostume rapidamente à equipe dos Emirados Árabes.

- Vamos torcer para que ele adapte rápido ao o calor, ao time. Acho que, no começo, a temperatura é o que vai atrapalhar um pouco mais, apesar que aqui nós também estamos enfrentando um calor muito forte. Com alimentação e idioma acredito que ele não terá muitas dificuldades. Além disso, o Al Ahli já conta com o Grafite de brasileiro. Espero que ele e o Éverton se deem muito bem lá – falou.



- Acredito que o Dunga já tenha na cabeça os jogadores que ele vai levar para a Copa América. Então, independentemente do lugar onde o Éverton esteja atuando, não vai mudar muita coisa. Sem falar que ele mostrou serviço nas vezes em que foi convocado. Vestiu a camisa e correspondeu. A ideia dele é chegar no Ah Ahli jogando, até para se entrosar rápido e não permitir que o futebol caia – analisou.

Bastante apegado ao filho, Amadeu reconhece que agora a saudade será ainda maior pelos milhares de quilômetros que separam Santa Isabel de Dubai. Porém, o pai do meia já pensa na primeira visita a Éverton no Oriente Médio. Ele, inclusive, admite que fez um pedido ao jogador e que já até estudou alguns traços da cultura dos Emirados Árabes para que tudo dê certo na primeira viagem.

- Já disse para ele: “fala para o dono do time que seu pai sofre de depressão e que precisa de algumas passagens”. Aí nós colocamos o turbante e vamos embora. Já até pesquisei algumas coisas sobre turbante. É de praxe usar lá, mas, pelo que eu vi, só usa quando quer – brincou.