Da força do Cruzeiro dentro do Mineirão ninguém duvida. Prova disso são os números da equipe jogando em casa na campanha do título do Campeonato Brasileiro do ano passado, quando teve o melhor aproveitamento como mandante (82,46%) - ainda fez alguns jogos no Parque do Sabiá, em Uberlândia. Assim, é o rendimento como visitante que chama um pouco a atenção do time cruzeirense para passar, e com maior tranquilidade, pela fase de grupos na Taça Libertadores.

Para isso, os números obtidos no Brasileirão pela própria Raposa também servem de exemplo. Isso porque na campanha do título nacional do ano passado, o Cruzeiro também foi o dono do melhor aproveitamento como visitante, com nove vitórias, seis empates e quatro derrotas (57,89% dos pontos em disputa obtidos). Então, o Cruzeiro tem que manter o ritmo para evitar passar pelas dificuldades que atravessou na fase de grupos na Libertadores passada.

Em 2014, o time celeste iniciou a Libertadores como um dos favoritos ao título, já que, assim como fez em 2014, havia terminado o ano anterior como campeão brasileiro incontestável. No entanto, o rendimento fora de casa na Libertadores acabou colocando o Cruzeiro, que para muitos seria o líder do grupo 5 com tranquilidade, com risco de avançar para as oitavas de final.


Equipes aparentemente mais modestas, como o Real Garcilaso, do Peru, e o Defensor, do Uruguai (que acabou chegando à semifinal da Libertadores), deram trabalho ao Cruzeiro. O time peruano, por exemplo, bateu a Raposa por 2 a 1, em Huancayo. Apesar da altitude de 3.200 metros, o time cruzeirense chegou a vencer por 1 a 0, mas levou a virada. Já o Defensor, fez 2 a 0 na Raposa em Montevidéu, em jogo em que o atacante Dagoberto ainda perdeu um pênalti. No caso do Defensor, o time uruguaio ainda deu trabalho no jogo no Mineirão, quando houve empate em 2 a 2, com o time celeste cedendo o empate no fim da partida.

Esses tropeços fizeram com que o Cruzeiro entrasse em campo pressionado e tivesse que vencer a Universidad de Chile, em Santiago. Só assim, a Raposa seguiria com chances matemáticas de avançar, sendo que, para isso, ainda precisasse vencer o Real Garcilaso por 3 a 0 no Mineirão, para garantir a classificação sem depender do resultado do duelo entre La U e Defensor, no Uruguai. O time se mobilizou, entrou em campo focado, bateu o time chileno por 2 a 0 em seus domínios e ainda complicou a situação do adversário, que acabou vendo Defensor e Cruzeiro (que fez 3 a 0 no Garcilaso na última rodada) avançarem para o mata-mata.


Em 2015, o Cruzeiro, teoricamente, caiu numa chave ainda mais tranquila na Libertadores. No grupo 3, a Raposa tem como adversários o Mineros de Guayana, da Venezuela, e o Universitario Sucre, da Bolívia. A terceira equipe que vai enfrentar, e talvez a mais difícil, ainda será definida. Ela sairá do confronto entre o Alianza Lima, do Peru, e o Huracán, da Argentina. O time peruano está acostumado a participar da Libertadores. Aliás, o Alianza é sinônimo de sucesso cruzeirense na competição sul-americana, já que, nas duas vezes em que levantou o cobiçado troféu, em 1976 e 1997, a Raposa teve o time de Lima em seu caminho. Já o Huracán, apesar de ser um adversário argentino, é uma equipe que atualmente está na segunda divisão do futebol daquele país.

Assim como no ano passado, quando enfrentou e perdeu para o Real Garcilaso, a estreia cruzeirense na Libertadores deste ano será fora de casa. O time cruzeirense começará a sua caminhada em busca do tricampeonato da competição no dia 25 de fevereiro, contra o Universitario Sucre, no estádio Olimpico Patria, em Sucre, na Bolívia. Além do time adversário, o Cruzeiro terá que superar a altitude de 2.810 metros, inferior à de Huancayo.
Os outros jogos da Raposa como visitante na fase de grupos da Libertadores serão no dia 19 de março, contra o Mineros de Guayana, em Puerto Ordaz, na Venezuela, pela 3ª rodada, e diante de Alianza Lima, no Peru, ou Huracán, na Argentina, no dia 14 de abril, pela penúltima rodada.