A polêmica Medida Provisória 656 na Lei da Responsabilidade Fiscal do Esporte aprovada nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados, que não prevê fair-play financeiro e contrapartida dos clubes, foi questionada por especialistas do LANCE!. De acordo com os colunistas do diário, a medida determinada pelo deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO) é mais um paliativo para a crise que assola o futebol brasileiro.

MAURO BETING


"Esta medida foi um absurdo. Mais do mesmo! Trata-se de mais uma irresponsibilidade fiscal dos dirigentes e da 'Bancada da Bola'. Vimos nesta quarta-feira mais uma derrota não do futebol brasileiro, mas do cidadão brasileiro, do cidadão, que não tem 'jogadas ensaiadas' como estas."

ÁLVARO OLIVEIRA FILHO

"Foi uma decisão lamentável. Até quando o governo tratará com tamanha benevolência os clubes? Sempre são criados paliativos, como a Timemania, que fazem o futebol parecer viver em uma eterna ilha da fantasia. Um dirigente assume um clube endividado, aumenta sua dívida para seu sucessor, e assim sucessivamente. Por mais que a gente veja atualmente diretorias bem intencionadas, como as de Flamengo e Fluminense, elas não são páreo para outros clubes que não se importam em gastar. Afinal, para o torcedor vale mais o resultado do que o futebol organizado. E, infelizmente, atitude como esta Medida Provisória são só um estímulo para a picaretagem continuar no nosso futebol."

HUMBERTO PERÓN

"Trata-se de mais uma medida paliativa. As dívidas que hoje serão refinanciadas, daqui a um curto espaço de tempo serão maiores, e as responsabilidades dos dirigentes ficarão "esquecidas". No fim, os problemas financeiros sobrarão para os clubes, e o que é pior: para o Governo. O fair-play financeiro deveria ser feito, deveriam ocorrer punições mais rigorosas como rebaixamento em caso de dívidas altas. Porém, preferem tratar os clubes como meninos mimados, criando alternativas como o Proforte. A sensação é de que sempre a lei é adequada aos clubes, e não os clubes ficam adequados às leis.