Está difícil sair gol no Brasileirão-2014 e um dos motivos é que caiu muito o número de faltas diretas cobradas e também o de gols a partir dessas conclusões, acompanhando o êxodo para o futebol estrangeiro, caso de Ronaldinho Gaúcho, e o fim de carreira de especialistas, caso de Juninho Pernambucano. No ano passado, houve 43 gols de falta na Série A, marca que caiu para 23 até a penúltima rodada deste ano, praticamente a metade (queda de 47% para uma diminuição de 21% no número de cobranças).



O número de gols feitos no Brasileirão deste ano é disparado o menor desde 2006, quando o campeonato passou a ser disputado por 20 equipes em 380 jogos. Em 2006, foram 1.030 gols. De lá para cá, o pico ocorreu em 2009, com 1.094 gols. Neste ano, faltando apenas oito jogos para o encerramento da competição, houve 840 gols.

E nem mesmo com a escassez de gols, as equipes arriscam mais nas faltas diretas. Em 2012, o volante Souza, do Náutico (hoje reserva no Santos), foi quem mais tentou, fazendo 55 cobranças e conseguindo quatro gols. Ronaldinho Gaúcho, então no Atlético-MG, fez 52 cobranças. Neste ano, quem mais tentou até agora, não terá mais chances de aumentar a marca, casos de Edílson, ex-Botafogo, e Neto Baiano, ex-Sport, ambos com 21 cobranças. Houve sete jogadores que fizeram mais de 21 cobranças em 2012, e dez a mais no Brasileirão-2013.

Na comparação com 2012, do top 10 em tentativas, Ronaldinho Gaúcho foi para o México, Juninho Pernambucano se aposentou, Renato Abreu está sem clube, Marcos Assunção se frustrou na Série B com a Portuguesa, Neymar foi para o Barcelona, e Thiago Neves está no futebol da Arábia Saudita.

Os líderes do ranking de cobranças de faltas tiveram um ano difícil em 2014: Edílson só jogou pelo Botafogo no primeiro turno. Depois, se lesionou e acabou dispensado pelo clube. Neto Baiano disputou 25 partidas pelo Sport, mas deixou de ser titular a partir da 28ª rodada e acabou deixando o clube. Fellipe Bastos só estreou no Grêmio na 14ª rodada e disputou 20 jogos. Alex, do Coritiba, em seu último ano como jogador profissional, disputou 25 partidas, disputando um jogo apenas entre as rodadas 15 e 21 devido a uma lesão na panturrilha.

Outro tradicional cobrador, Paulo Baier trocou o Atlético-PR pelo Criciúma, onde neste ano disputou 22 jogos (15 em casa), mas perdeu a titularidade logo no início do segundo turno, na 22ª rodada.

Só a partir daí é que os cobradores tiveram uma maior sequência de jogos, casos de David, do Goiás (33 jogos), Conca, do Fluminense (36 jogos), D'Alessandro, do Internacional (33 jogos). Ainda assim, fizeram de 13 a 16 cobranças e só Conca marcou (três gols).

Com a aproximação da aposentadoria do goleiro-artilheiro Rogério Ceni, que de 2012 para cá marcou quatro gols de falta, fica a expectativa sobre onde surgirá um novo grande cobrador de faltas, daqueles que deixam o estádio em silêncio quando correm para a bola parada.