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7/12/2014 07:40

OFF - Vivendo o sonho americano: irmão de Ricardo Goulart joga pelo tri da MLS

Juninho destaca parceria com Beckham, lamenta aposentadoria de Donovan, faz lobby por contratação de cruzeirense e confirma rumores sobre Ronaldinho nos EUA

OFF - Vivendo o sonho americano: irmão de Ricardo Goulart joga pelo tri da MLS
Juninho com o troféu da conferência oeste: perto de mais uma conquista (Foto: Divulgação / MLS)

É nos gramados dos Estados Unidos que um brasileiro vem gravando seu nome na história do futebol. Criado nas categorias de base do São Paulo, irmão do atacante Ricardo Goulart, do Cruzeiro, e bicampeão da MLS (Major League Soccer) pelo Los Angeles Galaxy, o volante Juninho joga pelo tri da principal liga americana de futebol neste domingo, contra o New England Revolution, às 18h (de Brasília). Autor do gol decisivo na disputa pelo título da conferência oeste na semana passada, quando garantiu a taça e a vaga na finalíssima da temporada, o jogador curte a afirmação do "soccer" na "Terra do Tio Sam".

- Estou aqui desde 2010, então, vejo um crescimento bem superior ao que muitos esperavam. Essa temporada foi um pouco diferente das outras. Estou sempre acostumado a fazer gols. Dessa vez não foi assim. Mas fiz um na final da conferência, um gol importante. Mesmo perdendo o jogo nos colocou na final, a minha terceira em cinco anos. Eu me sinto privilegiado de poder fazer parte desse momento – destacou em entrevista por telefone, depois de vencer o Seattle Sounders.

Acostumado a ser o centro das atenções em Los Angeles, o Galaxy ganhará um rival local nas próximas temporadas. Acompanhando o desenvolvimento da liga, mais equipes serão inseridas na competição. A partir de 2017, o Los Angeles FC, do ex-jogador de basquete Magic Johnson, promete confrontar a hegemonia da franquia, fato considerado positivo por Juninho.

- A liga está em um crescimento acelerado, tiveram a visão de trazer mais cidades para participar, o que vai aumentar o público, os patrocinadores. A gente vai ter o nosso rival em 2017, o Los Angeles FC, com muitos investidores, com certeza trarão grandes nomes. Vai ser diferente, estamos acostumados a ser o único time por aqui, todos concentram a atenção em nós. Agora vai dividir de forma igual, vamos ver se a gente leva a melhor nesse duelo (risos).

Juninho em ação pelo Galaxy: lobby pela contratação do irmão e Ronaldinho Gaúcho (Foto: Divulgação / MLS)

Uma das curiosidades sobre o jogador de 25 anos é o parentesco com Ricardo Goulart, artilheiro do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro. Irmão mais velho do meia-atacante, Juninho é só alegria ao falar do momento vivido pelo caçula no Brasil e revela, com muito bom humor, que já conversou com os diretores do time e com Donovan, referência do futebol norte-americano e do Galaxy, para levar Ricardo para a equipe.

- Tenho o canal internacional e faço de tudo para acompanhar o meu irmão quando posso. A diferença de horário dificulta, mas tento sempre assistir aos jogos do Cruzeiro. Ele vem fazendo grandes jogos desde o Goiás, onde tudo começou, estou acompanhando desde aquela época. Isso me deixa muito orgulhoso, sou o irmão mais velho e o vi na Seleção, que é meu sonho também. Está mantendo um nível muito alto. Já conversei com o Donovan. Sempre que ele se destaca eu falo, mostro o vídeo do gol. Os diretores comentam que vão trazer o Ricardo, o Donovan já falou que é para contratar (risos). Mas o momento dele é outro. O teto salarial daqui ainda não se compara com o futebol europeu, nem mesmo o brasileiro.



Nos bastidores do Galaxy, Juninho afirmou ter escutado rumores sobre Ronaldinho Gaúcho. Recente contratação do Querétaro, do México, R49 foi especulado na equipe de Los Angeles como possível sucessor de Donovan, que encerra a carreira ao fim da temporada.

- É verdade, eu escutei esse boato aqui. Existiram rumores que ele vem para cá. O México não é longe, esse contato com ele pode ter acontecido, mas não temos confirmação. Ele seria um sonho para o Galaxy, principalmente para repor a camisa 10 após a saída do Donovan. É um cara que impõe respeito, dispensa comentários, admiro muito. Quem sabe nesse tempo de férias eles possam se acertar e ele pinta por aqui. Infelizmente não sei como está a situação, mas estamos esperando.

Confira outros trechos da entrevista com o volante do Galaxy

GLOBOESPORTE.COM: Juninho, você pode falar melhor do que qualquer um sobre as mudanças e o crescimento da MLS, até pelo tempo que está aí. Como está acompanhando esse processo?
JUNINHO:
A liga está crescendo muito, surpreende até mesmo a mim. Cada vez com mais jogadores renomados, principalmente depois da Copa do Mundo no Brasil. As pessoas começaram a assistir mais ao "soccer", deu visibilidade também com a seleção. Então, foi importante e ajudou a trazer jogadores como Lampard, David Villa, Kaká, que vão revolucionar o futebol aqui.



Você já jogou ao lado de grandes jogadores do futebol mundial e também contra eles. Qual parceria você destaca e quem teria sido o adversário de maior destaque?
O Beckham estava aqui quando cheguei. Pela posição que atuava em campo, eu me identifiquei muito com ele, fizemos uma amizade muito boa durante três anos, culminando com título em 2011 e 2012 da MLS. Aprendi muito com ele, dentro e fora de campo, como jogador e pessoa. Como adversário, tive o Henry, um grande jogador, excelente forma, sempre causou muita dificuldade para os marcadores pela inteligência. Agora a expectativa é o Kaká, estou esperando a chegada dele, todos os brasileiros esperam ele jogando em alto nível novamente, mesmo que a liga ainda não tenha uma repercussão mundial.

Juninho ganha o abraço de Beckham: identificação, amizade e dois títulos em três anos (Foto: Divulgação / MLS)

A concorrência nos Estados Unidos com outros esportes é muito grande. A NBA e NFL, por exemplo, sempre tiveram um espaço no coração dos norte-americanos. Como está a relação deles com o "soccer"? Está crescendo?
Olha, a comparação da MLS com a NFL e NBA, ligas tradicionais aqui nos EUA, não é a melhor forma de pensar. O que deve ser visto é o crescimento do futebol, ainda longe de ser o mais visado por aqui. Mas é espantoso, o estádio está sempre cheio, com uma média de 25 a 30 mil pessoas na temporada inteira. Tem alguns estádios que a média chega a 50 mil pessoas, é bonito de ver isso, torcedor dando força, levando a família, tendo a oportunidade de acompanhar outro esporte. Aqui eles respeitam o torcedor, lugares marcados. O evento é muito bem organizado.

Juninho é beijado por Donovan depois de fazer o gol decisivo na final da conferência (Foto: Reuters)

O Donovan é uma lenda do futebol dos Estados Unidos. Ele anunciou ser a última temporada como jogador. Como foi a notícia para vocês, tentaram conversar com ele para fazer mudar de ideia?
O Donovan é um grande amigo meu, fiz uma grande amizade com ele ao longo dos anos. É um cara muito respeitado nos Estados Unidos. Ele tem uma participação muito grande no que o futebol se tornou hoje aqui, merece respeito. Depois que ficou fora da Copa do Mundo por motivo que cabe a ele e o treinador, pensou bastante na carreira, decidiu se retirar. Infelizmente, é uma notícia que não me agrada, ele está em plena forma física, apenas 32 anos, muita coisa pela frente ainda. Mas temos que respeitar. Estamos em mais uma final. Quem sabe eu possa fazer um gol no jogo do último título dele. Nós conversamos com ele para saber o motivo da aposentadoria. É um cara que se cuida fora de campo, excelente profissional, mas está decidido. Não podemos questionar, só apoiar.

A imprensa dos Estados Unidos deu grande destaque para sua parceria com o Marcelo Sarvas no meio-campo do Galaxy, colocando a dupla como o "motor" da equipe. Como é essa sintonia com ele?
É curioso. O Marcelo jogava na Costa Rica, e o Galaxy estava jogando o torneio da Concacaf. Em uma partida contra o time dele, gostaram do estilo de jogo. Apesar da idade, continua em plena forma. Veio para cá e surgiu a parceria. Nossa comunicação dentro de campo, por ser brasileiro, é grande. Temos a facilidade de apoiar e defender bem, fazer com que o time jogue. Graças a Deus estamos muito bem, esse ano nosso bom desempenho apareceu para a mídia daqui, deram o valor só agora. Espero que possamos concretizar isso com o título no domingo para ficar marcado.



A família Goulart pode terminar o ano com um título no Brasil e um nos Estados Unidos. Na conversa entre os irmãos, qual a conquista mais importante?
A liga do Brasil, pelos anos de história, rivalidade entre as equipes, briga contra o rebaixamento, coisa que não temos aqui, valoriza mais o campeonato. O título do Campeonato Brasileiro tem maior valor. Mas pensando no meu lado, um jogador chega de outro país e consegue ser campeão, passando por dificuldades, sabendo que é difícil, é um grande feito.

Você saiu do futebol brasileiro para tentar a sorte no Estados Unidos. Qual o seu próximo passo na carreira?
Todo jogador tem o sonho de elevar o patamar, um objetivo na carreira. Em 2010 pintou a oportunidade de vir para os EUA, naquela época não era tão popular aqui, mas arrisquei e venho fazendo minha carreira. Mas quero buscar outros ares, jogar na Europa, em um time de ponta. Claro que não adianta ir para um país e passar por dificuldades, não receber salário. Aqui as coisas são muito organizadas, moro com a minha família, meu filho nasceu, isso pesa na decisão, essa qualidade de vida. Mas quem sabe a oportunidade aparece e a gente pensa em um passo maior.

2199 visitas - Fonte: Globo Esporte




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