Alexandre Mattos está no Cruzeiro desde 2012 (Foto: Thiago Fernandes)

O Palmeiras ainda não sabe se disputará a Série A do Brasileirão em 2015, mas já tem um foco para a próxima temporada: acertar com um diretor-executivo de futebol, cargo que não existiu nos dois primeiros anos da gestão Paulo Nobre, que acaba de ser reeleito para mais um biênio. Rodrigo Caetano, que deixou o Vasco recentemente, ficou distante. Há uma lista de opções, e o cruzeirense Alexandre Mattos é um dos nomes. Ele já fala em tom de despedida em Belo Horizonte (MG).

Rodrigo Caetano, que agora está próximo de um acerto com o Flamengo, conversou com a diretoria do Verdão e esperava um novo contato para viajar a São Paulo nesta semana e negociar, mas não voltou a ser procurado. O diálogo estava muito mais avançado com o opositor Wlademir Pescarmona, que acabou derrotado por Nobre na eleição do último domingo. Segundo pares do presidente, porém, ele nunca foi prioridade para a situação e "muitos" dirigentes foram ouvidos.

Alexandre Mattos, que agora ganha força, é diretor de futebol do Cruzeiro desde março de 2012 e foi um dos responsáveis pela montagem do elenco bicampeão brasileiro em 2013 e 2014. Um dos trunfos do Verdão pode ser a oferta salarial: José Carlos Brunoro, que hoje acumula as funções de diretor-executivo e diretor de marketing, recebe cerca de R$ 120 mil mensais e deve sair no fim do ano, abrindo espaço na folha. Mattos recebe R$ 70 mil na Raposa.

A estratégia é parecida com a da escolha do substituto do técnico Gilson Kleina: conversas com vários profissionais, análise de cada um e, por fim, a escolha de um alvo. Na época, o clube procurou nomes como Vanderlei Luxemburgo, Arce e Tite antes de se encantar com Ricardo Gareca. Dorival Júnior foi o segundo melhor avaliado e, quando o argentino caiu, acertou rapidamente.

Dorival tem contrato até o fim do Paulista de 2015, mas está longe de ser unanimidade no clube. Além de haver jogadores insatisfeitos com seus métodos, como o argentino Mouche, ele não é visto como o técnico ideal para uma temporada vitoriosa por muitos conselheiros, que tentam influenciar Nobre.

O discurso no momento é de esperar a definição do futuro do clube, que precisa vencer o Atlético-PR, domingo, para se manter na Série A sem depender de outros resultados. Em reunião na última semana, os membros do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) evitaram questionar Nobre sobre o futuro do elenco ou da comissão técnica em respeito ao momento difícil.

Nestes encontros, é comum o mandatário receber pressão para tomar determinadas decisões no futebol.