Os treinadores mais vitoriosos do futebol brasileiro em 2014 seguirão em Minas Gerais em 2015. Ontem, em pouco menos de duas horas entre o fim da tarde e o início da noite, o Cruzeiro anunciou a permanência de Marcelo Oliveira por mais uma temporada, assim como o Atlético em relação a Levir Culpi e o América com Givanildo Oliveira. As maiores torcidas mineiras esperam mais glórias pela frente. Campeã mineira e bi do Brasileiro, a Raposa faz planos ambiciosos para a Copa Libertadores, que disputará pela 15ª vez. Mesmo objetivo do Galo, vencedor da Copa do Brasil e classificado para sua sétima edição da competição continental. Já o Coelho espera recuperar no STJD a vaga que não pôde ganhar por ter escalado o lateral-esquerdo Eduardo irregularmente.

Justamente pela chance de conquistar mais títulos, Marcelo Oliveira, de 59 anos, se disse muito satisfeito com a renovação de contrato, para ele, fácil. “A reunião durou menos de meia hora. Não sou tão exigente e o Cruzeiro sabe valorizar o trabalho bem feito. Assim, estamos ainda mais motivados para seguir trabalhando”. Mesmo com os títulos e o reconhecimento cada vez maior, o melhor técnico do Brasileiro, eleito pelo segundo ano consecutivo pela CBF, sabe que será preciso mais. “Melhorar o trabalho é um desafio. Vamos procurar fazer uma Libertadores melhor, com mais consistência, mais regularidade. O fato de os jogadores já nos conhecerem também me fez torcer para chegar ao acordo o mais rápido possível.”

O primeiro desafio na virada do ano será a reformulação do grupo. Segundo Marcelo, é natural o assédio sobre seus principais jogadores e importante se preparar para fazer boas reposições. “Talvez tenhamos de trocar, duas, três, quatro peças. Até porque não podemos nos acomodar em cima das conquistas. Vamos conversar, pois o mercado não é fácil. Tem de ter criatividade, inteligência para conseguir bons nomes”, comenta o treinador, que voltou a ressaltar a necessidade de contar com mais lideranças no grupo, capazes de lidar com situações adversas nos jogos. “Também vamos tentar desenvolver isso nos jogadores que temos aqui.”

No Cruzeiro desde dezembro de 2012, Marcelo terá a chance de estabelecer novas marcas no clube. Atualmente, é o nono treinador que mais comandou a Raposa: 138 jogos. Na frente estão Adílson Baptista (170), Orlando Fantoni (172), Ênio Andrade (187), Aírton Moreira (191), Matturio Fabbi (201), Niginho (247), Levir Culpi (257) e Ílton Chaves (389). Juntamente com o técnico, tiveram o contrato renovado os assistentes Tico do Santos e Ageu Gonçalves, além do preparador físico Juvenílson de Souza.



CONQUISTAS NA MIRA O acerto com Levir Culpi por mais uma temporada ocorreu à tarde, na Cidade do Galo, em reunião com o presidente eleito, Daniel Nepomuceno, e o antecessor Alexandre Kalil, que voltaram do Paraguai, onde acompanharam na véspera o sorteio dos grupos da Libertadores. Apesar da carreira de 28 anos à beira dos gramados, será a terceira vez que o treinador paranaense disputará a competição – as outras foram com o Criciúma, em 1992 (eliminado nas quartas de final), e com o Cruzeiro em 1998 (caiu diante do Vasco nas oitavas).

“Passamos a segurança para o Levir de que ele terá todo o apoio necessário para montar um grande time e continuar trazendo conquistas para o Atlético”, afirmou Nepomuceno, que ainda negociará a permanência do preparador físico Carlinhos Neves, que tem proposta do chinês Shandong Luneng, treinador por Cuca. O assistente Luiz Matter permanece no Galo.

A partir de agora, Levir começará a estudar reforços. Serão pelo menos dois. O atacante Emerson Sheik pode ser o primeiro. Segundo o técnico, sua permanência só foi possível porque a diretoria se comprometeu a trabalhar com o foco em novos títulos de expressão no ano que vem. “O projeto é fundamental. Estou bem com a vida, bem com o clube, e entendo que é momento de continuidade. Mas o Atlético precisa se organizar o quanto antes. Tem de montar o elenco e definir pré-temporada o quanto antes”, afirmou o técnico, de 61 anos.


O QUE ELES FIZERAM

LEVIR NO GALO
* 225 jogos
* 121 vitórias
* 48 empates
* 56 derrotas
* 5 títulos
(Copa do Brasil 2014, Recopa Sul-Americana 2014, Série B do Brasileiro 2006 e Mineiro 1995 e 2007)
Obs.: quatro passagens

MARCELO NA RAPOSA
* 138 jogos
* 93 vitórias
* 23 empates
* 22 derrotas
* 3 títulos
(Brasileiro 2013 e 2014 e Mineiro 2014)
Obs.: uma passagem

GIVANILDO DE OLIVEIRA
* 160 jogos
* 79 vitórias
* 42 empates
* 39 derrotas
* 2 títulos
(Série B do Brasileiro 1997 e Série C do Brasileiro 2009)
Obs.: quatro passagens
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