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2/12/2014 15:47

Longe de estereótipos, Lucas Silva troca boleiragem por dicas ambientais

Distante do estereótipo de jogador, cruzeirense dispensa extravagâncias e tatuagens, assume perfil bom moço e coleciona fã-clubes femininos: "Nunca passaram do limite"

Longe de estereótipos, Lucas Silva troca boleiragem por dicas ambientais
Lucas Silva ensina na rede social como economizar água ao cozinhar: "Mundo sofre com a questão do meio ambiente"

Não é difícil perceber que Lucas Silva é um jogador diferente. E isso não passa somente pela qualidade técnica de um jovem que, aos 21 anos, tornou-se bicampeão brasileiro. À primeira vista, o volante do Cruzeiro está mais para um estudante como tanto outros de sua idade do que uma das maiores promessas do futebol nacional. Nem de longe encorpa o estilo boleiro. Acessórios extravagantes, tatuagens ou gírias da moda dão lugar a um perfil sóbrio e engajado socialmente. Acredite: preocupado até com o meio ambiente. O camisa 16 cruzeirense é o genro que toda sogra gostaria de ter.

Caçula de uma família de três irmãos, Lucas mora sozinho em Belo Horizonte. Trocou Bom Jesus de Goiás-GO há sete anos para tentar a sorte na base do Cruzeiro, mas se tem uma coisa que não sofre em Minas Gerias é de carência. De sorriso fácil, mas que apresenta um ar de timidez, e cabelo sempre impecável, não demorou muito para arrebatar admiradoras além dos marmanjos que aprovam sua visão de jogo e chutes de longa distância. Os gritos das torcidas no Mineirão se dividem com a histeria de fã-clubes, que são devidamente reconhecidos para um encontro com o ídolo ao término de cada temporada. O contato diário muitas vezes acontece através de redes sociais. O óbvio, entretanto, definitivamente não faz parte do dicionário de um boleiro fora da curva.

Lucas Silva também diz se preocupar em não gastar água à toa enquanto escova os dentes (Foto: Reprodução )

Responsável pela gestão de carreira do cruzeirense, o empresário Luiz Rocha admite que há, sim, uma preocupação em potencializar a boa imagem de Lucas Silva. O que não quer dizer, porém, que seja um perfil moldado para atingir esse resultado. Se o volante naturalmente já fugia à regra, por que não tornar isso uma marca?

- O Lucas é diferente. Só é possível trabalhar isso por ele ser assim. É um cara simples, do interior, que não mudou um milímetro na base do Cruzeiro ou no profissional. O que enxergamos como empresa é que pessoas públicas, seja jogador ou qualquer outra celebridade, devem ter responsabilidade social e ambiental ainda maiores. Tornar isso público e trabalhar para que as pessoas compreendam é importante. São coisas que ele faz no dia a dia, mas é claro que há um trabalho em conjunto, a quatro mãos, para ver como podemos contribuir com as pessoas - explica Rocha, que trabalha há quatro anos com o jovem e frisa que todas as campanhas são espontâneas e sem retorno financeiro.

Politizado, comportado e assediado

Volante gosta de pescar com o pai quando viaja para terra natal, em Goiás (Foto: Reprodução )

Uma dessas ações aconteceu nas últimas eleições, quando foi o garoto-propaganda do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás em peças voltadas para jovens maiores de 16 anos que ainda não tiraram o título de eleitor. Mesmo sem obrigatoriedade, Lucas Silva fez questão de exercer seu direito ao voto assim que atingiu a idade mínima. Nos estudos, ele concluiu o ensino médio na escola do próprio clube e chegou a dar início a um curso de idiomas. A correria ao chegar no profissional, entretanto, impediu que ampliasse o vocabulário em inglês.

- Não consegui dar continuidade. Deu para aprender alguma coisa, mas pretendo, sim, estudar outro idioma quando tiver mais tempo. Quem sabe, fazer uma faculdade.

O raro tempo livre na reta final de Brasileirão e Copa do Brasil foi aproveitado para descanso. Quando a agenda está menos apertada, Lucas segue a cartilha comportada:

- Sou de fases. Às vezes, caseiro. Às vezes, agitado. Gosto de viajar, ver filmes... Tenho que ser sincero, não tenho o hábito de ler livros, mas vez ou outra dou uma folheada. Gosto de pescar. Não tenho cara, mas gosto, principalmente com meu pai. Aproveito de tudo.

A fama de bom moço rende a Lucas provocações até dentro da Toca da Raposa. Longe de ser brucutu, o volante se diverte com as brincadeiras dos companheiros, mas responde dentro de campo. Se a qualidade com a bola nos pés é a principal característica, garante que não deixa a desejar para ninguém na virilidade e nunca foi vítima de intimidação dos rivais.

- Adversário nenhum nunca me provocou neste sentido. A galera brinca, comenta que não tenho cara de jogador, que tenho cara de playboy, mas em campo é outra história. Não tem facilidade, é marcação firme, dura, sem dar moleza.

Tantos predicados obviamente colocaram a joia cruzeirense em evidência para o público feminino. As tietes são daquelas que guardam recortes, fotos mais produzidas, plastificam autógrafos e não contêm as lágrimas quando se aproximam do ídolo. Lucas trata de corresponder o assédio e controla os impulsos normais da solteirice.

- Foi algo diferente para mim. Fiquei surpreso com o carinho do público feminino, principalmente das cruzeirenses. Estou solteiro e tento retribuir esse carinho com fotos, autógrafos...

Nunca passaram do limite, não. Me tratam muito bem e sei administrar neste sentido.

Administra como administra a imagem de bom moço. Sem fazer força, mas consciente que em um universo onde tanta gente fala igual, age igual e se veste igual, vale mais a pena ser diferente.

Lucas Silva também se preocupa em evitar gasto de água durante o banho (Foto: Reprodução )

6945 visitas - Fonte: Globo Esporte




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