O tetracampeão Cruzeiro entrou em campo ontem para enfrentar a Chapecoense, pela penúltima rodada do Campeonato Brasileiro, com jogadores que tiveram poucas oportunidades na competição, mas foram dois estreantes, vindos da base e que começaram no banco, os responsáveis pelo ponto conquistado na Arena Condá, em Chapecó. O time da casa fez 1 a 0 no primeiro tempo, e o empate saiu no segundo, somente depois da entrada de Judivan e Hugo Ragelli, autor do gol celeste.

“É uma emoção muito grande. Em poucos minutos, pude fazer o gol de empate”, comemorou o estreante atacante de 19 anos, natural de Montes Claros e vice-artilheiro do Campeonato Mineiro de Juniores, conquistado pela Raposa. “A parceira com o Judivan dá certo desde a base. Jogar no Cruzeiro é um sonho de criança. É um clube maravilhoso.”

O atacante Judivan incendiou o jogo desde que entrou. Com personalidade, partia para cima do adversário e penetrava na área com facilidade. No lance do gol, levantou a bola na cabeça de Hugo Ragelli. “Venho trabalhando há muito tempo, com dedicação nos treinos, para corresponder quando a oportunidade aparecesse. Espero ter correspondido. Estou feliz pela minha estreia. O entrosamento com o Hugo vem desde a base. Temos um relacionamento muito bom”, comemorou o garoto, também de 19 anos.

Com o empate, o Cruzeiro chegou aos 77 pontos e superou a campanha do ano passado. Agora, falta mais um para igualar o recorde dos pontos corridos com 20 clubes, que pertence ao São Paulo, campeão em 2006 com 78 pontos. Domingo, a equipe recebe a taça de campeão na partida contra o Fluminense, às 17h, no Mineirão. O empate diante da Chapecoense também interrompeu a sequência de cinco vitórias da Raposa no Brasileiro, mas ampliou para nove o número de jogos sem derrota na competição.

INICIATIVA A equipe catarinense, que entrou em campo já livre do rebaixamento, pelos resultados de sábado, tomou a iniciativa da partida. Chegava à área celeste, mas pouco ameaçava o gol de Elisson. Já o Cruzeiro começou sem conseguir criar jogadas e teve a melhor chance de gol aos 17min, quando Lucas Silva roubou a bola no meio e passou para Neílton, que tentou encobrir o goleiro. Enquanto a bola saía, Danilo derrubou o atacante celeste, mas o árbitro não marcou pênalti. Aos 40min, o zagueiro Manoel vacilou numa disputa com Wanderson, que cruzou para Bruno Rangel completar na pequena área e abrir o placar.

O segundo tempo começou no mesmo ritmo. Apesar de mostrar um pouco mais de disposição, o Cruzeiro não conseguia pressionar o adversário, pela falta de entrosamento e também de capricho na frente. A entrada de Judivan, aos 12min, melhorou o rendimento ofensivo. Aos 26min, foi a vez de Hugo Ragelli estrear. No primeiro lance, ele dominou no meio-campo e, caído, passou para Marcelo Moreno, que rolou para Judivan. Da lateral da área, ele levantou a bola na área para Ragelli cabecear para baixo, no canto esquerdo do goleiro Nivaldo, de 40 anos – atuando na Chapecoense desde a Série D, o arqueiro fez sua primeira partida pela Série A.

Folga
Como a equipe volta a jogar apenas domingo, contra o Fluminense, no Mineirão, no encerramento da temporada e na festa pelo conquista do tetracampeonato brasileiro, os jogadores ficam de folga hoje e amanhã. A reapresentação será na quarta-feira à tarde, na Toca da Raposa II, e os titulares deverão enfrentar o tricolor carioca.

Julgamentos
O Cruzeiro se preocupa esta semana com dois julgamentos no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Amanhã, em segunda instância, será analisado o recurso quanto à perda de um mando de campo por causa da briga de torcedores no jogo contra o Atlético, no Mineirão, pelo returno do Brasileiro. Na quarta-feira, o clube será julgado, em primeira instância, por não ter cedido 10% dos ingressos no clássico pela final da Copa do Brasil.


CHAPECOENSE 1 X 1 CRUZEIRO

CHAPECOENSE
Danilo (Nivaldo 6 do 2º); Fabiano, Rafael Lima, Douglas Grolli e Rodrigo Biro (Jussandro 35 do 2º); Wanderson, Diones, Bruno Silva e Camilo; Tiago Luís (Hyoran 16 do 2º) e Bruno Rangel
Técnico: Celso Rodrigues

CRUZEIRO
Elisson; Willian Farias, Manoel, Leo e Samudio (Breno Lopes 19 do 2º); Eurico, Bruno Edgar (Judivan 12 do 2º), Lucas Silva e Marlone; Neílton (Hugo Ragelli 26 do 2º) e Marcelo Moreno
Técnico: Marcelo Oliveira

Estádio: Arena Condá
Gols: Bruno Rangel 40 do 1º e Hugo Rageli 26 do 2º
Árbitro: Grazianni Maciel Rocha (RJ)
Assistentes: Dibert Pedrosa Moisés (RJ) e Ciro Chaban Junqueira (DF)
Cartão amarelo: Fabiano e Rodrigo Biro
Pagantes: 8.467
Renda: R$ 99.750