Depois de bater o Atlético fora de casa e emendar uma sequência de bons resultados nos primeiros jogos da temporada, o Cruzeiro viveu uma semana conturbada. Em seis dias foi batido pelo América e eliminado da 1ª fase da Copa do Brasil ao perder para o Sousa/PB. Precisava dar uma resposta positiva na manhã deste domingo. E ela veio. Importante para a sequência de um trabalho novo. Com um treinador se adaptando ao clube e ao futebol brasileiro, um elenco ainda longe de seu nível tradicional, a Raposa precisa de vitórias para que o que foi planejado não sofra com interferências externas. O time nitidamente cresceu em campo depois de abrir o placar, e mostrou que tem ideias coletivas para aproveitar aquilo que alguns jogadores têm de melhor.
Escalações Nicolás Larcamón fez três mexidas em relação ao time que iniciou o duelo contra o Sousa/PB. Neris deu lugar a João Marcelo na zaga. Wesley Gasolina saiu para o retorno de William na lateral-direita. E o centroavante Rafael Elias entrou na equipe para a saída do volante Machado. Atuou a partir do lado direito do ataque. O Pouso Alegre do técnico Gustavo Brancão se postou num 5-4-1.
Entre as carências do elenco do Cruzeiro, a lateral-direita certamente não é uma delas. Em uma posição escassa de grandes nomes no futebol brasileiro, William é um dos atletas da função de melhor nível e regularidade no país desde o ano passado. E o volume ofensivo gerado por ele foi determinante para a equipe abrir vantagem diante do frágil Pouso Alegre na 1ª etapa. Apesar dos 2x0 parciais em Uberlândia passarem a ideia de uma atuação consistente da Raposa, não foi exatamente assim no ponto de vista coletivo. O time demorou um pouco a ter as transições defensivas necessárias para inibir as escapadas em velocidade ou ligações diretas do Pouso Alegre.
Quando ajustou as pressões pós-perda, passou a sofrer menos defensivamente e transitar com a bola mais tempo nas proximidades da área adversária. Aí o problema passou a ser a precisão dos passes. Isso dificultava as conexões entre os jogadores e o time não produzia a quantidade de chances esperadas. Marlon teve mais liberdade pela esquerda em relação a outros jogos desta temporada. Não ficou tão preso a uma saída com os zagueiros.
O Pouso Alegre pressionava a primeira linha de construção do Cruzeiro com apenas um jogador, não havia a necessidade de ter três homens nela. O lateral variava a zona de ataque com Arthur Gomes. Por vezes avançava bem aberto. Mas também apoiava por dentro. Pela direita, Rafael Elias sempre buscava o centro do campo, se aproximava de Dinenno e Matheus Pereira, e William atacava em amplitude.
O time se soltou como um todo e apresentou um futebol muito mais fluído, teve menos precipitações e erros. Robert entrou muito bem na vaga de Arthur Gomes pela ponta-esquerda. Fez diversas jogadas de destaque finalizadas por ele mesmo ou servindo os companheiros. O jovem atacante e Mateus Vital - outro a entrar bem - foram outros parados pela grande atuação de Thiago Braga. Larcamón ainda promoveu as estreias de Cifuentes e Villalba - que entrou na lateral-esquerda. Machado foi mais um a ganhar minutos ao sair do banco. O Cruzeiro pressionou até o fim con intensidade, mesmo debaixo do forte calor em Uberlândia. Não ampliou o placar, mas termina a penúltima rodada da fase de classificação do Campeonato Mineiro com a melhor campanha até aqui.