Foto: Luiz Martini

Aos 13 anos, João Mendes carrega no sangue o DNA de Ronaldinho Gaúcho. Filho do craque com a ex-bailarina Janaína Natielle Mendes, o jovem decidiu tentar os passos no futebol. Porém, ao contrário do pai, que defendeu o Atlético-MG por três anos, o filho, que tem a carreira agenciada pela mãe, escolheu as cores do Cruzeiro.

A indicação de um amigo de Janaína foi o motivo para João tentar a sorte no Cruzeiro. Inclusive, num primeiro momento, o garoto omitiu que era filho de um astro do futebol. Segundo Janaína, a ideia era que o filho tivesse a oportunidade pelo talento que possui, não pelo o que o pai fez na carreira.



A família de João morava em Brasília – após deixar a capital carioca – e no Planalto Central é que fizeram contato com um amigo que tem um filho de joga na base do Cruzeiro. O teste foi marcado há cerca de um mês, quando João se destacou. Entre 88 crianças, quatro foram escolhidas e ele estava no meio. Ao contrário de Ronaldinho Gaúcho, João joga como centroavante e é canhoto. Com 1,78m, a estatura elevada para a idade é outro ponto interessante do atacante, de acordo com pessoas ligadas ao Cruzeiro. A própria mãe do jovem resumiu a trajetória do filho.

- O João joga futebol desde pequeno, por vontade. A gente passou um tempo no Flamengo, cerca de um ano e meio, e a gente precisou ir morar em Brasília. Mas em Brasília não há tantos times, aí conhecemos um amigo que o filho dele joga no Cruzeiro. Ele perguntou se o João tinha interesse. Ele marcou o teste a gente veio. Ninguém sabia nada sobre o pai dele. A gente queria que fosse dessa forma para ele conseguir as coisas pelo mérito dele. Ele veio sozinho e passou.



Com passagens também por outros clubes do Rio de Janeiro – Vasco e Boa Vista– João quase deu prosseguimento ao sonho de se tornar jogador no PSG. Inclusive, o período de testes no clube francês foi responsável pelo alerta na Toca de que o filho do craque é quem havia retornado ao Brasil e estava sendo avaliado no Cruzeiro (isso ocorreu quando ele retornou para mais uma bateria de testes). Janaína explica como a “identidade” do filho foi revelada.

- Quando a gente voltou, já havia saído uma matéria sobre o PSG. Passaram a reconhecê-lo dentro do Cruzeiro. Ele está indo como outra criança de 13 anos. O meu amigo perguntou e marcou o teste. No Brasiliense e Gama, não há base assim. Ele está numa idade que queria um clube para começar.

Como segurar o menino na Toca?

Inicialmente, o Cruzeiro teve receio que o garoto sofresse muita pressão por ser filho de Ronaldinho Gaúcho e optar pelo clube celeste. Mas, os dirigentes tiveram a garantia da mãe de João que a escolha era definitiva. As medidas para a permanência de João devem ser finalizadas nesta sexta-feira.

A legislação só permite o registro desportivo de atletas por um clube a partir dos 14 anos. Mesmo assim, a agremiação deve apresentar à CBF a ficha de inscrição de atleta não profissional, que pode ter duração máxima de três anos. Quando completar a idade (14), João poderá assinar este contrato com o Cruzeiro e ter direito a receber auxílio financeiro, sob a forma de bolsa de aprendizagem, sem que seja gerado vínculo empregatício e também ser reembolsado por gastos em viagem, hospedagem, material esportivo e outros custos indispensáveis a sua atividade no mundo do futebol, seja em partidas ou treinamentos.



Uma novidade propiciada pela CBF, referente ao contrato de atletas menores de 14 anos, é a possibilidade de o clube inscrever o atleta como apto para atividades de iniciação desportiva. O artigo foi estabelecido em 2018 e tem como validade até o final da temporada em andamento. No futuro, este tipo de vínculo permite que o clube tenha direito a receber valores referentes à indenização por formação e possa receber mecanismos de solidariedade. Já o contrato profissional no futebol só é possível a partir dos 16 anos.