Estou com uma ressaca danada de futebol. Está difícil ficar discutindo ou pensando como será o nosso ano. As piadas já encheram o saco e agora só nos resta procurar entender o que aconteceu.

Perdemos a chance de fazer um bom negócio. Tentamos uma aposta no futuro e perdemos o bonde. Pensando friamente, a ideia era muito boa. Basta ver o Audax chegando à final do Campeonato Paulista com uma filosofia moderna e com novo nome no comando. Acho que foi esquecido um detalhe. Arriscar e trazer novidades num clube pequeno é fácil, tentar fazer isso num clube de ponta em que você é pressionado pela imprensa e pela torcida é muito mais difícil. O Grêmio fez uma aposta parecida e até agora deu certo.

O vexame brasileiro na Copa do Mundo nos fez repensar, criando oportunidades para novos nomes e técnicos estrangeiros. A vida me ensinou que somente inovação não garante resultados, prefiro o equilíbrio entre experiência e novas ideias.

Na minha opinião, teremos de buscar alguém com mais experiência para tentar recuperar o tempo perdido. O que mais me incomodava no nosso time era aquele toque de bola sem objetividade, que só funcionava contra times menores.

Encontrar um bom profissional no meio da temporada vai exigir muita negociação e provavelmente um caminhão de dinheiro. Contratar treinador agora é igual tentar negociar com dono de reboque quando o seu carro quebra no meio da estrada. Sempre sai muito caro.

Há alguns anos, tive a oportunidade de conhecer as instalações do Milan e tirar fotos com as taças da Champions League. O que me chamou a atenção foi uma frase do Leonardo, na época diretor do clube: “Time não precisa dar lucro, precisa ganhar títulos”. Concordo, nenhum torcedor ficará feliz se alguém disser: “Não ganhamos o título, mas tivemos lucro”.

Existe uma teoria no futebol de que o sucesso de um time é medido pela capacidade de arrecadar, e, como consequência, quem tem dinheiro contrata melhores profissionais. Se isso fosse verdade, o Leicester não estaria conquistando o Campeonato Inglês. O futebol é quase óbvio, um esporte quase perfeito, em que os mais ricos quase sempre ganham, mas ainda bem que essa regra não é absoluta. Tentamos economizar apostando num novo nome e agora teremos de gastar mais. Uma pena.

Alem da troca de técnico, temos de incluir outros assuntos neste momento. Por exemplo, até quando insistir no De Arrascaeta? Meu amigo e corneteiro Mário Soares disse não entender por que o Cruzeiro contrata tantos jogadores de baixa estatura. Parece que colocaram um sarrafo na Toca II e quem não passar por baixo não entra no clube. Bom humor é benvindo mesmo nestes momentos. Olhando de forma positiva, ganhamos uma folga antecipada e teremos nova pré-temporada para acertar o que não conseguimos até agora. Se você fosse o presidente do Cruzeiro, quem contraria para novo técnico? Se é pra palpitar, eu chamaria novamente o Marcelo Oliveira.