O assistente-técnico Geraldo Delamore deverá comandar o Cruzeiro interinamente pelos próximos 13 dias, inclusive no jogo de volta contra o Campinense, quinta-feira da semana que vem, no Mineirão, pela primeira fase da Copa do Brasil. Pelo menos é o que admitem os dirigentes celestes, que devem esperar o fim das decisões estaduais, em 8 de maio, para anunciar o substituto de Deivid. Este faria sua estreia no primeiro jogo pelo Campeonato Brasileiro, marcado ontem pela CBF para as 21h de sábado, 14/5, contra o Coritiba, no Couto Pereira.

“Temos dois tipos de contratação em vista, estamos estudando. Se o treinador estiver livre no mercado, vamos procurar fechar o mais rápido possível. Se estiver trabalhando e nas finais dos estaduais, vamos ter de esperar um pouco. O Delamore comanda o time até lá”, afirmou o vice-presidente de futebol, Bruno Vicintin, depois de o técnico demitido na véspera ter concedido entrevista coletiva, na Toca da Raposa, para se despedir do clube.

Entre os cotados para substituir Deivid está Jorginho. Para aceitar a proposta celeste, o ex-lateral-direito, tetracampeão do mundo pela Seleção Brasileira em 1994, teria de pagar multa rescisória ao Vasco, com o qual tem contrato até dezembro. Para tentar convencer o presidente cruz-maltino, Eurico Miranda, a liberar o treinador, seu colega cruzeirense, Gilvan de Pinho Tavares, pode usar Riascos como moeda de troca. Em alta em São Januário, o atacante colombiano tem retorno à Toca previsto para 9 de maio – a equipe carioca não teria condições financeiras para adquirir os direitos depois do fim do empréstimo.

Mas Jorginho não é o único na mira da Raposa. Conversas vêm sendo mantidas em sigilo e nenhuma possibilidade é descartada. “Temos de pensar grande. O Cruzeiro tem uma história vencedora e temos de respeitá-la. Independentemente de ser um técnico novo ou velho, o importante são os últimos trabalhos, se conquistou títulos”, explicou Vicintin.

Ele reconhece que a aposta em Deivid não deu certo. Além de trocar o treinador, também admite que será preciso investir em reforços para prosseguir na Copa do Brasil e entrar com chance de boa campanha no Campeonato Brasileiro. “No início do ano, em função do Profut e de ajustes financeiros necessários, buscamos oportunidades no mercado. Algumas deram certo, outras não. Vamos procurar agora suprir nossas carências”, declarou o dirigente, ressalvando acreditar que o atual grupo pode ser competitivo.

Vicintin fez questão de elogiar o agora ex-técnico, dispensado na noite de domingo depois do 0 a 0 com o América, que causou a eliminação celeste nas semifinais do Mineiro. “Só temos a agradecer ao Deivid, que sempre honrou o nome do clube como jogador, auxiliar e técnico. A gente fica chateado, mas a cobrança é grande. Disputamos duas competições e acabamos eliminados precocemente em ambas”, afirmou o vice, que vê futuro “brilhante” para o treinador. O assistente técnico Pedrinho também sai.

‘CABEÇA ERGUIDA’ Antes da entrevista do dirigente, Deivid – campeão mineiro, da Copa do Brasil e brasileiro pela Raposa em 2003 como jogador – concedeu sua última coletiva na Toca. Ele agradeceu o apoio de torcedores, jogadores, dirigentes e funcionários e finalizou demonstrando o desejo de retornar ao clube algum dia. “Saio de cabeça em pé, de cabeça erguida. Para muitos é o fim, mas para mim é o começo de uma carreira que espero seja brilhante.

Fico muito feliz e honrado de ter começado em um clube em que tenho história como atleta.

Fiquei muito feliz, agradecido e, em breve, futebol dá muita volta, quem sabe um dia voltaremos e poderemos escrever uma história brilhante aqui?”