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24/4/2016 11:27

No rumo da taça ou da rua

Cruzeiro luta mais do que pela chance de ir à decisão: em campo, está em jogo também o cargo de Deivid. Tranquilo pela vitória no Horto, Coelho pode até perder por um gol

No rumo da taça ou da rua
Renan Damasceno / Estado de Minas

Cruzeiro e América entram em campo neste domingo, às 16h, no Mineirão, duelando por muito mais do que vaga na final do Campeonato Mineiro. Se um lugar na decisão daria ainda mais moral e confiança ao Coelho, no ano em que retorna à elite do futebol brasileiro, uma eliminação pode significar para o time celeste o fim da linha para Deivid, pressionado pela diretoria e acossado por críticas da torcida, que no sábado protestou na porta da Toca da Raposa II. Com o triunfo por 2 a 0 da semana passada, no Independência, os americanos se classificam com empate ou até derrota por um gol, o que obriga os celestes a partirem para cima em busca de pelo menos dois gols, diante de sua torcida.

Melhor equipe da primeira fase, com 72% de aproveitamento na temporada, o Cruzeiro viu seus números positivos serem abalados com a derrota para o Coelho e o empate sem gols com o misto do Campinense, na quarta-feira, em Campina Grande (PB), na estreia da Copa do Brasil. Os resultados e o futebol bem abaixo do esperado levaram a diretoria a se pronunciar na quinta-feira, quando o vice-presidente de futebol, Bruno Vicintin, reforçou o apoio a Deivid, mas deixou claro que futebol vive de resultados. A entrevista, que sucedeu a conversa a portas fechadas com jogadores e comissão técnica, jogou ainda mais pressão sobre o jovem treinador.

Este, por sua vez, defendeu o próprio retrospecto. “Tenho 72% de aproveitamento. Quem no Brasil tem isso? Quem perdeu só dois jogos? Isso me incomoda um pouco. Mas sei que o futebol é assim”, desabafou. “Não caí aqui de paraquedas. Eles (diretoria) viram que tenho qualidade. Você acha que seriam loucos de me colocar no Cruzeiro? Sabem que tenho qualidade, me preparei, fui auxiliar de Mano (Menezes) e Vanderlei (Luxemburgo). Tenho 72%, perdi dois jogos. É claro que a cobrança é injusta”, lamentou.

Neste sábado, cerca de 60 torcedores foram à porta da Toca da Raposa II. Com faixas, protestaram contra a diretoria, chamando o presidente Gilvan de Pinho Tavares de “omisso”, e Deivid, a quem trataram como “medíocre”. Na sexta-feira, o treinador se mostrou tranquilo e disse que está trabalhando para levar o Cruzeiro à decisão. “Abdiquei um pouco da família nesses meses para focar no trabalho. Chego às 9h e saio às 20h, vendo vídeos e elaborando treinamentos, para dar o melhor para eles. Questão de fazer jogo perfeito, errando menos, para tirar essa diferença.”

ESCALAÇÃO

Entre os jogadores, o discurso é de união e tranquilidade para conseguir o resultado. “É uma partida em que todos têm de estar unidos e não pensar lá fora. É uma situação complicada, mas o importante é que grupo e comissão técnica estão unidos”, afirmou o volante Lucas Romero, que deve formar o meio-campo com Henrique e Ariel Cabral. “Como dizem na Argentina, temos de dar a vida e a alma nessa decisão”, comentou Cabral.

Por causa da sequência de jogos, Deivid praticamente não teve tempo para orientar treinos táticos na semana. Ontem, ele fechou o treino. Além da pressão, ganhou mais uma dor de cabeça: a contusão na coxa do lateral-direito Mayke. Entre os 22 relacionados, apenas um é lateral de ofício, Fabrício, o mais cotado para o lado esquerdo – com Sánchez Miño de opção. Na direita, o treinador descartou lançar o jovem Kevin, com medo de queimá-lo, e deve improvisar o volante Bruno Ramires. Depois de 45 dias em recuperação de contusão muscular, Willian está disponível, mas deve começar no banco. Outra dúvida é se Élber será mantido ou se retorna o uruguaio De Arrascaeta.

1101 visitas - Fonte: Super Esportes




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