30/3/2016 13:46
Cruzeiro se posiciona sobre a arbitragem do último clássico
Cruzeiro/Divulgação
Angel Drumond
Em meio às contestações sobre a arbitragem, antes e após o clássico vencido pelo Cruzeiro, domingo passado, contra o Atlético-MG, a diretoria celeste, através do Vice-Presidente de Futebol, Bruno Vicintin, e do Diretor de Futebol ,Thiago Scuro, veio pronunciar de forma oficial na tarde desta terça-feira.
Bruno Vicintin fez questão de lembrar sobre o posicionamento do Cruzeiro na semana anterior ao clássico, quando o Clube, através da sua diretoria, indicou que a arbitragem fosse feita por árbitro de outro estado. A intenção do Cruzeiro, na oportunidade, era de se preservar a arbitragem mineira e tirasse dela o peso de apitar um clássico de tamanha rivalidade e que envolve as maiores torcidas do estado.
“O Cruzeiro até agora não tinha se pronunciado sobre a arbitragem. O Clube foi surpreendido, na semana passada, com um nota lamentável da Anaf, com críticas que desrespeitam a instituição. Não pedi, mas exigi respeito ao Cruzeiro Esporte Clube. Em nenhum momento o Cruzeiro foi contra a arbitragem, apenas sugeriu que fosse um árbitro FIFA, para evitar toda a pressão que aconteceu depois do clássico. O Cruzeiro sempre fez isso nos últimos três anos e em momento algum a Anaf emitiu nota sobre isso, nós do Clube ficamos ofendidos. O chefe de arbitragem mineira, Giuliano Bozzano, que aparecia como assessor de assuntos jurídicos na Anaf antes da nota, hoje não aparece mais”, falou o dirigente.
Outro questionamento apresentado pelo Vice-presidente de Futebol foi a diferença de tratos quando os erros estão ocorrendo de lados opostos. Vicintin lembrou o quanto o Cruzeiro foi prejudicado ano passado, na semifinal do Campeonato Mineiro, em lances capitais contra o rival, jogo esse apitado por árbitro de fora. O dirigente ainda lembrou que o Emerson de Almeida Ferreira, que apitou o clássico desse domingo, também foi o árbitro que apitou a final do Mineiro em 2015 e que validou o gol irregular do Atlético-MG diante da Caldense e que o mesmo não foi punido pelo erro.
“Foi criado um clima de guerra e futebol não é isso. Hoje se chega num clássico, parece que está numa cena de guerra, futebol não é isso. Vemos com extrema preocupação atitudes depois do clássico. No ano passado, o Cruzeiro foi extremamente prejudicado na semifinal mineira e não fizemos nada. Na final teve um erro capital do mesmo árbitro que apitou nesse domingo e que deu o titulo ao nosso rival e também não aconteceu nada. Estamos preocupados com o Giuliano Bozzano. Quando um erro ajuda nosso rival nada acontece, e quando acontece erros para os dois lados, o árbitro é punido – o Leonardo Silva deveria ser expulso, o Allano tomou tapa na cara e levou amarelo, o zagueiro do Atlético-MG tira a bola com o pé na cara do Manoel, lance que seria de pé alto pelo menos, a vantagem do Élber que sai driblando três adversários e ele manda voltar atrás. São lances de um clássico quente que acontece erros dos dois lados. O Cruzeiro acha que não foi prejudicado e muito menos ajudado. Ganhamos o clássico na bola. Estou muito preocupado com mensagem que vem sendo passada pela arbitragem mineira. Qualquer polêmica você é punido. Se ele é chefe da arbitragem e não vê o certo ali na beirada do campo como pode cobrar do árbitro? Cruzeiro está preocupado com o andamento disso para as semifinais e final do campeonato”
Thiago Scuro
O Diretor de Futebol Thiago Scuro começou o seu pronunciamento relatando que o Cruzeiro venceu o rival apenas jogando futebol. Para Scuro, o Clube se preparou para o difícil compromisso que teria durante toda a semana e mostrou atitude e comprometimento dentro do campo. O dirigente ressaltou o mérito da façanha cruzeirense e parabenizou os profissionais que fizeram de tudo para trazer a vitória para o lado azul.
“A gente gostaria de reforçar algo que é o principal de tudo, o Cruzeiro venceu por muito mérito da comissão técnica, do elenco de jogadores, pela atitude e o que trabalharam na semana toda. Esse é o grande incômodo para nós que estamos direcionando demais a discussão e esquecendo do trabalho dos nossos profissionais, pelo horário, condições climáticos, fizemos um bom jogo, vencemos jogando um bom futebol”, falou Scuro.
Outro assunto levantado pelo Diretor de Futebol celeste foi sobre o posicionamento do Sr. Giuliano Bozzano, Presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira, quanto ao método usado para o sorteio do clássico.
“A gente vem tendo postura tentando construir um futebol cada vez melhor, o Cruzeiro sendo exemplo de reorganização. Vem nos incomodando agora à forma como o clássico foi tratado, a forma como o sorteio foi operacionalizado. E a imprensa deveria ter análise técnica e não clubística. Da mesma forma que nosso trabalho tem que ser avaliado, o da Federação Mineira também. Um gol mal anulado do Sánchez Miño contra o Tupi no Mineirão e não houve nada. Teve um gol mal validado do Cruzeiro e afastaram o arbitro em Poços de Caldas. Não é por não acreditar a arbitragem que pedimos arbitro FIFA, mas sim para preservar os daqui. O Emerson é um bom árbitro, com muito potencial, mas não tem escudo FIFA e quem criou isso foi à federação internacional. Pedimos árbitro FIFA pela grandeza do clássico. Qualquer profissional dentro do estado de Minas Gerais tem algum histórico ou emocional relacionado à grandeza do clássico. Se o chefe da arbitragem tivesse confiança no árbitro daqui porque não colocou dois daqui no sorteio? Ou acredita na arbitragem mineira 100% ou não acredita”, declarou o Diretor de Futebol.
Thiago Scuro também mostrou indignação sobre a Nota de Repudio emitida pela Anaf (Associação Nacional dos Árbitros de Futebol) onde ela relata que o Cruzeiro estaria com problemas internos. O dirigente ainda fez questão de tranquilizar a torcida celeste ao frisa que o Clube seguirá trabalhando de forma transparente e que qualquer que fosse o resultado da partida, ele e o Vicintin estariam na coletiva desta terça-feira para mostrar o posicionamento do Cruzeiro Esporte Clube.
“A Anaf não recruta árbitro, não contrata árbitro. Quando ela, presidida por um paranaense, se posiciona falando de problemas internos do Cruzeiro, pesamos: como ela pode falar isso? Independentemente do que acontecesse no jogo estaríamos nos posicionando hoje. Que os oito milhões de torcedores saibam que temos uma das melhores diretorias que está trabalhando. O que vai acontecer agora? Todos vão pedir arbitragem de fora? O Giuliano vai defender a arbitragem mineira? Olha a situação que aconteceu para os árbitros mineiros. O Cruzeiro quer que os árbitros daqui tenham mais condições de trabalhar, não acha racional afastamento, como pode ajudar eles sendo afastados? Têm que trabalhar para melhorar. Como formar árbitros assim? Essas questões que tem ter se debatidas, muito mais que se foi pênalti ou não”, finalizou.
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