25/3/2016 09:32
As seis opções de Deivid para montar o ataque do Cruzeiro para o clássico
Sem Arrascaeta e Alisson, treinador tem seis opções para escolher a dupla que irá atuar avançada com Rafael Silva. Élber estaria em cinco das possibilidades possíveis
Matías Pisano e Élber tem entrado no segundo tempo e feito boas partidas (Foto: Washington Alves/Light Press)
A escalação do Cruzeiro para o clássico de domingo, às 11h (de Brasília), contra o Atlético-MG, no Independência, é um mistério. Os treinos táticos da semana, na Toca da Raposa II, não estão sendo acompanhados pela imprensa. O técnico Deivid optou por ter mais privacidade, até porque tem que quebrar a cabeça para substituir dois jogadores importantes. Alisson está com a Seleção sub-23 e Arrascaeta com a seleção uruguaia. Além deles, outros quatro atletas estão no departamento médico - sendo três do setor ofensivo (o meia Marcos Vinícius, e os atacantes Willian e Judivan). Além deles, Dedé também está no DM. O que dificulta ainda mais a vida de Deivid.
Apesar de ter esses desfalques, Deivid ainda assim tem várias opções para substituir Alisson e Arrascaeta. O GloboEsporte.com ouviu o comentarista do SporTV, Henrique Fernandes, para tentar decifrar o pensamento de Deivid. Partimos do pressuposto que o goleiro, os laterais e zagueiros, o trio de volantes e o atacante serão mantidos, e procuramos desenhar as possibilidades dos dois substitutos. A base do time, então, fica com: Fábio; Fabiano, Manoel, Bruno Rodrigo e Sánchez Miño; Henrique, Romero e Ariel Cabral; meia 1, meia 2 e Rafael Silva.
Élber sai na frente na disputa por uma vaga no time. Ele tem entrado com frequência e jogado bem, tanto que já fez dois gols este ano. O comentarista Henrique Fernandes apontou seis opções para a montagem do time, cinco delas com Élber e uma sem. Vamos a elas.
ÉLBER + PISANO
"Entre as formações, é a mais interessante quanto a habilidade e técnica. O argentino é um jogador criativo, bem parecido com Arrascaeta em estilo. Élber é mais rápido que Alisson, embora menos habilidoso. O problema é que o posicionamento natural do argentino é aberto pela direita, encostando no homem de referência como um segundo atacante. Foi assim que Pisano fez boa temporada pelo Independiente em 2015. É exatamente neste setor que Élber rende mais. Aberto pela esquerda, fazendo o trabalho de Alisson, o argentino poderia tender demais a vir pelo meio, desequilibrando o time. Além disso, Pisano é, entre as outras opções de companheiro para Élber no ataque, o jogador com menos característica de recomposição e marcação. Diante de um adversário que deve ter a bola e pressionar, como o Atlético, isso pode ter um peso importante."
ÉLBER + MARCIEL
"Aposta que oferece velocidade com Élber por um lado e força física e capacidade de marcação ao meio-campo com Marciel. O problema é que se Cabral, Henrique ou o próprio Marciel não se sentirem à vontade para chegarem à frente, a tendência é que o Atlético consiga pressionar o Cruzeiro ainda mais, e que o time celeste não seja tão criativo quando tiver a bola. Seja organizando contra-ataques ou prendendo a bola no campo de ataque em condições de furar a defesa do Atlético. Por outro lado, atuar pelo lado esquerdo é natural para Marciel, e possibilita a Élber estar no setor que mais gosta: aberto pela direita. A presença do ex-corintiano também pode dar mais liberdade ao velocista, que precisará recompor menos na marcação em alguns momentos."
ÉLBER + SANCHEZ MIÑO
"O time já apareceu nesta temporada com Fabrício na lateral e Sánchez Miño aberto como meia-ponta na esquerda. Foi no jogo em Muriaé contra o Tombense. O primeiro tempo do Cruzeiro foi muito ruim, mas, no segundo tempo, quando o time passou a ter mais um meia (Marcos Vinícius entrou naquela partida), a equipe melhorou e virou o jogo. Um detalhe é que Élber também entrou no intervalo daquele jogo e ajudou bastante. Como Fabrício e Miño podem jogar como lateral ou meia, a formação possibilita a inversão entre eles de acordo com a necessidade. O Cruzeiro de Deivid já teve bons momentos com Fabrício aparecendo na área para cabecear no segundo pau, ou preparando jogadas. O time ganha estatura, que pode ajudar no jogo aéreo, muitas vezes decisivo nos clássicos. Pesa contra Fabrício, porém, o mau momento técnico do jogador. Depois da saída dele e da fixação de Sánchez Miño na lateral, o time visivelmente subiu de produção."
ÉLBER + DOUGLAS COUTINHO
"No Atlético-PR, Douglas Coutinho chegou a atuar muitas vezes aberto pelo lado esquerdo, embora tenha vivido seu melhor momento no clube paranaense jogando pelo lado direito em 2014. No Cruzeiro, porém, Deivid sempre utilizou o jogador recém-contratado como homem mais avançado do ataque, no papel que é feito por Willian e que, no clássico, será de Rafael Silva."
"Diante disso, pelos poucos treinamentos atuando no setor, Coutinho talvez não passe tanta segurança para Deivid para atuar no setor de Alisson. A verdade é que o ponto forte do jogador não é a marcação e a falta de ritmo pode pesar. Se entrasse em um time mais entrosado, a opção poderia ser menos arriscada. Mas em um clássico e com o ataque “reserva”, a falta de jogos de Coutinho complica a escalação dele."
ÉLBER + ALLANO
"Correndo por fora, aparece o jovem Allano. Ele entrou em apenas duas partidas na temporada, no segundo tempo, contra Criciúma e Atlético-PR pela Copa da Primeira Liga. Porém, a posição de meia aberto pela esquerda é natural para Allano, que foi lançado por Vanderlei Luxemburgo em 2015 e mantido no mesmo setor com Mano Menezes, tendo boas atuações. É verdade que Allano esteve em campo por alguns minutos na última vitória do Cruzeiro no clássico ano passado (3 a 1 no Independência, encarando pressão parecida com a que o Cruzeiro enfrentará no domingo), mas é imprevisível como um jovem com pouco ritmo pode se sair em um jogo com o peso do clássico. Por isso, Deivid deve considerar outras opções com mais experiência."
SEM ÉLBER
"Embora todos os sinais de Deivid na temporada nos levem a crer que Élber terá chance no clássico (entrou na maioria dos jogos, hora na vaga de Alisson, hora na de Arrascaeta), uma formação sem ele também é possível. Sem Élber, a vaga na direita pode ser preenchida com mais naturalidade por Pisano ou Douglas Coutinho (jogando no lado que gostam mais), abrindo espaço para Sánchez Miño na esquerda ou Marciel (montando um meio mais forte na marcação). A questão é que, tanto Pisano, quanto Coutinho, são menos afeitos à recomposição que Élber."
"Isso poderia deixar o time com uma cara mais ofensiva justamente em um jogo em que uma postura mais cautelosa deve ser a adotada, explorando espaços que certamente vão aparecer no ofensivo time do Atlético. Também pode-se pensar em um time com Rafael Silva mais aberto pela direita e Douglas Coutinho mais à frente. Um ataque rápido, mas ainda assim sem tanta capacidade de recomposição."
6843 visitas - Fonte: GloboEsporte