Jonathan Sodré durante uma das aulas para 'La Banda', o time de gringos formado pelo Cruzeiro

Dono da maior legião de estrangeiros entre os clubes brasileiros, o Cruzeiro resolveu investir na adaptação de seus novos reforços a Belo Horizonte. Há cerca de um mês, o clube promove aulas de português na Toca da Raposa II para os uruguaios De Arrascaeta e Federico Gino e para os argentinos Lucas Romero, Sánchez Miño, Ariel Cabral e Matías Pisano. Os primeiros resultados já começaram a aparecer.

Sócio da “Língua Solta Traduções”, o professor Jonathan Sodré conversou com o Superesportes sobre a convivência com os gringos do Cruzeiro e o método diferente de ensino, específico para jogadores de futebol. “Nas aulas de comunicação, por exemplo, pegamos as entrevistas deles à imprensa, transcrevemos e levamos para eles avaliarem. Explicamos o que precisa ser corrigido nestas explanações deles. Sempre tem uma brincadeira”, conta o professor.

Jonathan ainda relatou um episódio curioso envolvendo os estrangeiros. “Já ministrei duas aulas. Em uma delas, estava explicando conjugação do verbo ‘ser’ do espanhol, quando falei do ‘nós’ português, eles começaram a cantar e batucar na mesa a música ‘nós somos loucos, somos Cruzeiro’. Foi uma situação curiosa”, lembra.

Além de Sodré, outros dois professores se revezam nas aulas durante a semana. “O projeto tem duração de uma temporada. Somos contratados pelo Cruzeiro, mas já estamos expandindo para outros clubes. Não tem nada fechado ainda, mas estamos encaminhando para equipes de Rio e São Paulo”, conta.

O Cruzeiro foi o responsável por toda estrutura na Toca da Raposa II, além dos equipamentos necessários. “O clube oferecer isso é sensacional, é pioneiro. No Barcelona, o Neymar teve que contratar um professor particular. Aqui, o Cruzeiro trouxe o professor para esse ambiente, sendo pioneiro no projeto”, ressalta.

A pedido da reportagem, Jonathan contou especificidades de seus alunos:

Sachéz Miño – é interessado e pró-ativo, ele faz perguntas e não deixa nada passar em branco. Muito interessado. Facilita e contribui para o professor com questionamentos importantes.

Ariel Cabral – muito bom porque ele é focado no exercício, não deixa nada escapar.

Matías Pisano – sempre muito pontual. Tem perguntas que todos geralmente têm, mas é mais calado, não pergunta tanto. A pontualidade é a principal característica.

Lucas Romero – excelente aluno, é mais calado, mas tem um nível de atenção que tem que ser destacado.

Federico Gino – por também ser brasileiro ele tem essa facilidade com a língua, com o sotaque.

De Arrascaeta – é um absurdo de inteligente. Pega muito rápido e se destaca pela pró-atividade.