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8/3/2016 14:38

Zagueiro do Cruzeiro aproveitou lesão para 'bombar' carreira de cantora da esposa

Zagueiro do Cruzeiro aproveitou lesão para bombar carreira de cantora da esposa
Cantora Camila Campos e o zagueiro Léo, do Cruzeiro

Um dos maiores pesadelos de um atleta profissional é uma grave lesão. Além de ficar um bom tempo longe dos gramados, muitas vezes é necessário fazer cirurgias e intermináveis sessões de fisioterapia. Com o zagueiro Léo, do Cruzeiro, não foi diferente. Ele voltou no último domingo, depois de seis meses afastado, e foi um dos destaques da vitória do time celeste diante da Caldense, pelo Mineiro.

Para preencher o tempo livre durante o período de recuperação, ele aproveitou para fazer atividades completamente diferentes do mundo do futebol.

"Nunca é bom se lesionar, mas todo mundo corre esse risco. Para mim foi um período importante para repensar uma série de coisas na minha vida e fazer outras coisas. Pude ajudar no processo de gravação e lançamento do CD da minha esposa, Camila Campos, que é cantora gospel", contou o defensor, em entrevista ao ESPN.com.br.

O primeiro disco da carreira de Camila é chamado "Deus está Vivo" e foi gravado por Rick Bonadio, um dos maiores produtores musicais do Brasil, dono do estúdio Midas, que lançou bandas como Mamonas Assassinas, Charlie Brown Jr., Rouge, Br'oz, entre outras. O estilo do álbum é voltado para o pop rock religioso.

"Ficou muito bem produzido, mas eu não toco nem canto nada (risos). Só ajudei na parte operacional, em São Paulo. Também fizemos um clipe, mas não participei (risos). Minha esposa já cantava quando a conheci, mas agora fizemos um trabalho profissional voltado para esse lado. Ela se apresenta em igrejas e eventos religiosos", comentou.

Camila ficou conhecida por ficar entre as 10 finalistas do quadro "Mulheres que Brilham", no programa Raul Gil, no "SBT", em 2012. Com a profissão de artista 'bombando', Léo pode até seguir os mesmos passos do ex-zagueiro Gilmar, que jogou em Cruzeiro, São Paulo e Palmeiras. Depois de pendurar as chuteiras, ele administra a carreira da esposa Aline Barros, famosa cantora gospel.

Léo ficou seis meses em recuperação

"A Aline é uma excelente cantora, já conversei algumas vezes com o Gilmar. Tomara que ela siga o mesmo caminho", projetou.

A religião evangélica é muito presente vida do defensor desde os 14 anos, quando atuava nas categorias de base do Grêmio. Por indicação do jogador Révson, ele passou a frequentar os cultos desde então. As amizades dos tempos de Olímpico renderam frutos fora de campo.

Ao lado do zagueiro Pereira, do ex-volante Tinga e do goleiro Marcelo Grohe, Léo ajuda o projeto "Aspirantes de Cristo", que existe desde 2008 e atendeu mais de 800 crianças no Morro Santana, em Porto Alegre.

"Tem um amigo nosso que administra e vive aquilo 24 horas por dia. Tem dinâmica de jogos como futebol, vôlei, jiu-jitsu, aulas de nutrição e informática. Todas as oficinas são voltadas para o ensinamento da palavra de Deus. Apontamos o caminho para não somente ser um excelente jogador de futebol, mas pessoas de bem na sociedade", observou.

"Tudo começou quando esse nosso amigo abriu a casa dele para isso. Nós conhecemos e resolvemos ajudar. Damos palestras também e queremos tirar esses meninos do caminho do tráfico, das drogas e da violência", relatou.

Além disso, o defensor é envolvido com o "Projeto Compaixão", perto da Toca da Raposa I, em Belo Horizonte, que ensina artes marciais para garotos carentes. "O professor Joel dá aulas de muay thai, MMA e jiu-jitsu. Eu via o entusiasmo dele e achei sensacional. Conversava muito e resolvi ajudar. Os meninos têm um 'sangue no olho', é especial isso, a vontade deles de crescer", analisou.

Carregando iogurtes para a defesa

O zagueiro de 28 anos é natural de Belo Horizonte e antes de tornar-se jogador profissional precisava se dividir entre futebol e trabalho.

Léo defende o Cruzeiro desde 2010

"Eu ajudava minha mãe que era representante de iogurte da Nestlé. Ela tinha um caminhão e uma pessoa dirigia, para fazer as entregas nos mercados. Quando eu não estava estudando ia trabalhar, lembro que ficava bravo quando ela me chamava na hora que estava jogando bola (risos)", relembrou.

O zagueiro ainda passou por uma desilusão antes de conseguir trilhar o caminho do futebol.

"Treinava em uma escolinha e fiz um teste no Cruzeiro quando tinha 11 anos, mas não passei. Lembro que fique triste e o meu treinador disse: 'Fica tranquilo. Um dia eles irão te comprar'. Passou um tempão e acabou acontecendo", falou.

Com 12 anos ele foi aprovado no Grêmio, onde permaneceu até 2009, já como profissional. Depois de uma rápida passagem pelo Palmeiras, ele chegou ao Cruzeiro em 2010. No time alviceleste faturou dois campeonatos mineiros e foi bicampeão brasileiro, antes de sofrer a lesão no joelho que o deixou afastado.

Léo tem 13 gols com a camisa do Cruzeiro

"É um período difícil que se você ficar pensando muito fica nervoso ansioso e pode até desanimar por não estar jogando. Futebol te suga bastante, mas procuro sempre absorver outras áreas diferentes, me interesso por outros assuntos. Fiquei também um pouco mais com a família. Isso tudo traz amadurecimento e crescimento pra gente", filosofou.

Com 196 jogos e 16 gols com a camisa cruzeirense, ele espera se firmar de vez na equipe para brigar por conquistas na temporada.

"Meu projeto é retornar bem e estar 100% livre de lesões. Quero atuar normalmente para fazer o que gosto. Domingo foi o primeiro passo, temos objetivos de sermos campeões aqui no clube e atuando bem poderei também renovar meu vínculo com o Cruzeiro", finalizou.

6234 visitas - Fonte: ESPN




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