6/3/2016 12:40
Jogadores buscam outros programas na TV e dizem que bola, para eles, é dentro de campo
Longe do futebol na telinha
Ser jogador de futebol profissional e viver a rotina da profissão diariamente significa acompanhar os jogos de esporte pela televisão, conferir os noticiários e analisar adversários, certo? Nem sempre. Muitos dos principais jogadores que atuam no Brasil ou na Europa não têm como primeira alternativa nos momentos de folga assistir a partidas de futebol pela televisão.
Atletas como Ronaldinho Gaúcho e Neymar não escondem de ninguém que passam longe da televisão para assistir aos jogos, seja dos seus companheiros ou de outros clubes mundo afora. A dupla, como outros tantos nomes brasileiros, tem como preferência estar em campo e jogar.
Nos times de Minas Gerais, passar longe da televisão durante jogos de futebol também faz parte da rotina de muitos atletas. O recém-contratado Robinho é um dos principais exemplos. O jogador já revelou que sua preferência é estar dentro das quatro linhas. Quando não pode atuar, acompanhar a partida não é a sua prioridade.
Se o futebol não é o programa de preferência de muitos atletas fora de campo, o que os jogadores gostam de assistir na televisão? As variações são muitas e até chamam atenção. “Big Brother Brasil”, novela, desenhos animados, filmes e seriados aparecem como opções para vários atleticanos e cruzeirenses.
No Atlético, o lateral-direito Marcos Rocha chama atenção por ser um “especialista” em “Big Brother Brasil”. O atleta acompanha o reality show e tem como costume comentar o programa com os companheiros de clube. Até 2014, o seu companheiro de televisão era o atacante Diego Tardelli, que se transferiu para o Shandong Luneng, da China.
“Alguns jogadores gostam do ‘BBB’, comentam, assistem. Tem noveleiros também. E os que optam por filmes. É bem variado”, observou o zagueiro atleticano Leo Silva.
O lado noveleiro está bem presente com o zagueiro cruzeirense Dedé, que costuma postar fotos e vídeos nas redes sociais comentando um de seus hobbies favoritos. “É um vício assistir às novelas, um ótimo passatempo”, disse.
Por outro lado, há a turma que não costuma ligar muito a televisão. E quando o fazem, geralmente estão ao lado dos filhos, os verdadeiros telespectadores da casa. É o caso do atacante celeste Willian. “Dificilmente assisto à televisão. Vejo mais com as crianças (Willian tem três filhos).
Atualmente o que mais vejo é desenho, por conta das crianças. Quando estou concentrado, vejo mais jogos de futebol. Ou então estou descansando ou lendo livro. Sou mais tranquilo quanto a isso. Quando estou em casa, fico mais com meus filhos”, relatou.
Para Aguirre, atletas poderiam aprender assistindo mais jogos
Enquanto muitos jogadores possuem uma programação de televisão sem tanto futebol, os treinadores dos grandes clubes mineiros costumam ficar bastante ligados aos eventos do mundo da bola. O técnico do Atlético, Diego Aguirre, aproveita a deixa para fazer um paralelo entre os gostos dos futebolistas do passado com os do cenário atual.
“Os tempos mudaram. Na minha época, o normal era todo mundo ver futebol. Hoje tem outras coisas que talvez façam com que os jogadores não fiquem todo dia pensando em futebol. Mas é assim, e eles têm a liberdade deles”, afirmou o comandante alvinegro.
Para Aguirre, os jogadores deveriam acompanhar mais, pela TV, o esporte praticado por eles. “Eu gostaria que assistissem ao futebol, tivessem esse interesse de aprender e melhorar. Mas eu não pedi isso fora de campo porque não me corresponde. São situações mais individuais”, completou.
Por sua vez, o treinador do Cruzeiro, Deivid, revela a paixão pela leitura no tempo de lazer, quando não está vendo jogos de futebol. “Passo muito tempo assistindo às partidas. Gosto bastante. Assim como gosto muito de ler sobre esporte e biografias de esportistas. Acho muito importante a leitura.
Filme é opção de quem está fora do país
Durante o período em que esteve no futebol chinês, o atacante Hyuri, hoje do Atlético, passou a ter mais o costume de assistir TV. Como não saía muito pelas ruas do país, ficava mais em casa e, consequentemente, passava mais tempo de frente para as telas.
“Gosto de ver filmes. Ultimamente, eu tenho sido muito caseiro. Fiquei um tempo na China, numa cidade de menor expressão, e então fiquei muito caseiro. Eu gosto de ficar em casa e assistir a filmes com minha noiva. Para mim, já está de bom tamanho”, afirmou ele, que, nos regimes de concentração, prefere conferir partidas de futebol europeu.
“Se a gente vai jogar no domingo, no sábado eu prefiro parar, depois do almoço, e assistir aos campeonatos europeus, que têm um nível bem mais alto. A gente sabe da qualidade dos jogadores. É uma oportunidade de aprender”, contou. “Mas se estiver acontecendo algum jogo de uma equipe grande aqui do Brasil, eu paro para ver também.
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