Deivid assumiu como técnico do Cruzeiro nesta temporada. Entretanto, diferentemente de muitos iniciantes na profissão, o treinador da Raposa tem a confiança plena do elenco celeste. Nada de complôs ou panelinhas pedindo um técnico mais experiente. O plantel cruzeirense quer evoluir junto com seu comandante.
- É muito legal, porque credibilidade e respeito você não compra na farmácia, você adquire. E isso eu ganhei diante dos atletas e da diretoria. Isso foi importante. O mais importante é chegar aqui e ter o carinho dos jogadores, passar coisas que eles entendam nas conversas, coisas do período que joguei fora do país? - avalia Deivid.
O treinador está mudando radicalmente o estilo de jogo da equipe. Os bons resultados no período com Mano Menezes eram construídos basicamente a partir de um modelo reativo, com muita marcação e eficiência nos contra-ataques. Já Deivid quer o Cruzeiro com a bola, controlando o jogo a partir da troca de passes curtos e movimentos sincronizados.
- Eu tento falar a língua deles, até porque joguei durante 17 anos, 20 juntando base e profissional. Eu tento colocar para eles o que é o futebol. Para muitos, lá fora, é de um jeito, mas dentro não é desse jeito. Eu tento falar a mesma língua, sendo justo e coerente, tentando entender se eles estão bem lá fora, em casa - revela.
Todavia, o comandante da Raposa sabe que a confiança do elenco não será suficiente para mantê-lo no cargo se os resultados não aparecerem. Para Deivid, esta é a grande dificuldade de se trabalhar como técnico no Brasil.
- Dificuldade é tempo. Você tem que ter tempo e, infelizmente, nós trabalhamos por resultado no Brasil. Às vezes, você não tem tempo. Você, então, tem que vencer - conclui o treinador celeste.