Em quatro jogos oficiais no comando do Cruzeiro, Deivid soma duas vitórias e dois empates na temporada 2016

Desde que foi efetivado como treinador do Cruzeiro, Deivid comandou a equipe em quatro jogos oficiais e ainda não perdeu. Apesar da invencibilidade na temporada, o time não conseguiu repetir as boas atuações do fim de 2015.

Pela Primeira Liga, a equipe empatou por 1 a 1 com o Criciúma. Já pelo Campeonato Mineiro, o time não saiu do 0 a 0 contra a URT, no Mineirão, e venceu o Tombense, por 2 a 1, e o Tupi, por 1 a 0.

O Superesportes entrevistou ídolos do Cruzeiro, que analisaram o atual momento do time e o início de trabalho de Deivid como treinador.

Nelinho

"É impossível avaliar o time e o Deivid com apenas quatro jogos disputados. É importante ressaltar que quem decide as partidas são os jogadores, assim como quando o time perde, é por causa dos jogadores. A participação do treinador, nesse caso, existe, mas é pequena. O que tem de ser analisado é o trabalho dele nos treinamentos, se ele corrige, se ele trabalha, é o mais importante. Não podemos nunca é nos deixar levar por reações de torcedores mais fanáticos e imprensa mais radical, que ficam criticando. O Deivid merece ser o treinador do Cruzeiro, porque ele foi escolhido pela diretoria, então temos que dar crédito."

Douglas

"O Deivid pegou uma responsabilidade muito grande que foi o Cruzeiro vindo numa crescente com o Mano Menezes, mas não podemos comparar. Temos que olhar jogo a jogo. É muito difícil fazer avaliação agora no inicio de temporada. O Deivid parece ter um bom relacionamento com os atletas e ser muito bom taticamente. O jeito que ele está colocando o time pra jogar, sem centroavante, mostra que ele é ousado e tem condições de assumir o Cruzeiro. Espero que ele aproveite a oportunidade e continue sempre estudando. Tem que dar tempo para ele e ter paciência. Ele tem mudado o banco, mudado o time, ele está trabalhando muito. É um cara que tem atitude."

Evaldo

"O Deivid, assim como todo treinador novo, sofre. E como ele não tem experiência, a cobrança é maior. Mas como é que ele vai ganhar experiência se ele não tiver tempo para trabalhar? Tem que apoiar o Deivid, mas a direção tem que cobrar mais os jogadores. Se os atletas jogam só aquilo que eles estão apresentando nos últimos jogos... Eles não podem jogar no Cruzeiro. Os atletas têm que ter vontade de vencer para ajudar o treinador. O elenco atual do clube é fraco, o craque do time do Cruzeiro continua sendo o Fábio. A equipe precisa de pelo menos dois jogadores que assumam a responsabilidade, que chamem o jogo para eles para podermos ganhar títulos este ano. Temos que dar tempo ao tempo, e apoiar o Deivid ao máximo."

Procópio

"Ainda é muito cedo para avaliar o trabalho do Deivid, estamos começando uma temporada. A ideia de toque de bola é interessante. Dar 'porrada', chutão, fazer falta, parar o jogo, isso não dá sequência. Me recordo o time de 1966, em que a jogada saía lá de trás, com mais facilidade. Ganha-se tempo, espaço, velocidade. Se ele está fazendo isso, está fazendo certo. E ele tem características importantes: conhece o elenco e participou como jogador e como auxiliar técnico anteriormente. Ele conhece bem as características dos atletas. Tem que ver se ele tem a capacidade de extrair o máximo de cada um."

Nonato

"O Deivid está implantando a filosofia dele, tentando fazer com que a equipe jogue. Está tocando bola, se movimentando, mas falta mais jogada de finalização. As vitórias não foram convincentes e o time ainda não mostrou bom futebol. Isso pesa porque o torcedor é exigente. Eu lembro que o Luxemburgo tomou um bocado de pancada quando chegou, no final de 2002, mas a diretoria teve paciência, porque era o Luxemburgo. Com o Deivid, será que o torcedor e a diretoria vão ter essa paciência se o time não encaixar rápido? Mas acredito que os jogadores, que apoiaram a efetivação do Deivid, vão se esforçar ao máximo para se soltar mais."


Dirceu Lopes

"O Cruzeiro ainda não adquiriu um padrão de jogo, e o Deivid está buscando uma formação ideal. Essa cobrança já era de se esperar. Faz parte da cultura do futebol brasileiro, a cultura do imediatismo, da falta de paciência. O técnico é sempre culpado. Mas está muito cedo. Foram muitas contratações e isso, em determinadas situações, é até negativo, pois leva tempo até os novos atletas se adaptarem. Mas ele é muito estudioso, muito dedicado e pode ter certeza que vai ter sucesso."