vAriel Cabral e Matías Pisano conversam durante treino do Cruzeiro (Foto: Washington Alves/Light Press)
Sempre é bom ter um amigo para ajudar a resolver problemas e dar apoio na logística e na adaptação quando se está em lugar novo, como um país diferente, por exemplo. As dificuldades com idioma, cultura e alimentação podem ser amenizadas pela experiência e conhecimento de quem tem as mesmas origens, e conhece e já vive no novo país. Algo semelhante estão vivendo os argentinos Lucas Romero, Sánchez Miño e Matías Pisano, recém-chegados ao Cruzeiro. Os três encontraram no conterrâneo Ariel Cabral o cicerone (uma espécie de guia) que precisavam para conhecer e se adaptar melhor a Belo Horizonte e ao próprio clube.
Ariel Cabral chegou ao Cruzeiro em agosto de 2015. Logo de cara, foi recebido pelo uruguaio Georgian de Arrascaeta e os dois passaram a ser amigos e companheiros de quarto. Foi Arrascaeta quem mostrou a cidade para Cabral, e era comum ver os dois tomando chimarrão juntos na Toca da Raposa II. Além disso, o uruguaio postava várias fotos com o argentino nas redes sociais.
A chegada de Romero, Sánchez Miño e Pisano fez com que Ariel Cabral assumisse o papel de Arrascaeta e fizesse pelos conterrâneos o que Arrascaeta fez por ele. Ainda que a rotina pesada da pré-temporada e dos primeiros jogos do ano tornasse escassa a ida a restaurantes e lojas, Cabral tem apoiado os novos colegas de clube da forma que pode.
Casa, banco e deslocamento
A primeira ajuda dada foi na escolha de um apartamento. Cabral mora na região da Pampulha, na capital mineira. Romero, Pisano e Sánchez Miño estão no mesmo bairro, o que facilita o deslocamento para ir e voltar para os treinos na Toca da Raposa II. Os argentinos vivem a cerca de 15 minutos do centro de treinamento. Sánchez Miño, inclusive, chegou a morar com Ariel Cabral em seus primeiros dias de Belo Horizonte.
Sánchez Miño, Ariel Cabral e Arrascaeta, na Toca da Raposa II (Foto: Washington Alves / Light Press)
Outro apoio dado foi em relação a abertura de contas bancárias. A gerente de Ariel Cabral cuida dos outros três argentinos. Eles foram apresentados nos treinos, na Toca da Raposa II, o que é uma preocupação a menos para os recém-chegados.
Com quatro argentinos, um uruguaio e o brasileiro naturalizado uruguaio Federico Gino no Cruzeiro, é comum ver, no centro de treinamento, uma roda de jogadores falando espanhol e tomando chimarrão. Ariel Cabral conta que a adaptação ao Brasil e ao futebol brasileiro não é tão difícil como parece, mas que o papo entre eles facilita muito.
- No começo, é difícil entender o que o companheiro fala em português. Mas daqui a pouco, eles vão começar a entender e falar um pouco. Fora de campo falamos muito. Mas agora estamos focados em treinar e descansar. Não temos muito tempo para restaurantes. Preferimos tomar um mate e conversar.
A influência de Ariel Cabral sobre os companheiros é tanta que Federico Gino vai usar a camisa 40, a mesma de Cabral em 2015. O brasileiro naturalizado uruguaio contou que quer ter a mesma sorte que o argentino teve quando chegou ao Cruzeiro.