28/1/2016 11:55
Vocação ofensiva, esperança ou maldição?
Em seu primeiro jogo oficial de 2016, Cruzeiro mostra que grande desafio do trabalho de Deivid será afinar a sintonia entre defesa e ataque para que equipe não fique tão exposta
ousada formação celeste funcionou apenas do meio para a frente no 1 a 1 com o Criciúma
Foi apenas o primeiro jogo valendo três pontos em 2016, mas o suficiente para constatar que o técnico Deivid terá muito trabalho para que o Cruzeiro coloque em prática tudo que ele quer. No 1 a 1 com o Criciúma, ontem à noite, no interior catarinense, pela rodada de abertura da Primeira Liga, a equipe celeste deixou claro que poderá ter muito poder de fogo, mas precisará se desdobrar para ser eficiente também na defesa.
O principal desafio será evitar a “síndrome do cobertor curto”. Se a ordem é valorizar a posse de bola com a constante troca de passes e posições, é preciso entrosamento perfeito, compactação e entrega dos jogadores, que terão de se desdobrar tanto defensiva quanto ofensivamente, independentemente da função que desempenhem. E essa engrenagem não funcionou como deveria ontem.
Ainda é início de temporada, foram apenas 20 dias de trabalho, um jogo-treino e um amistoso. Além disso, o time não contou com algumas de suas principais contratações, como os armadores argentinos Pisano e Sánchez Miño (sem condições legais) e o atacante Rafael Silva, que ficou em BH aprimorando a forma física. Outro ausente foi o zagueiro Dedé, que ficou mais de um ano sem jogar em virtude de cirurgia no joelho direito e ainda necessita de mais tempo para atingir a melhor condição física e técnica.
Mas não dá para acreditar que já na estreia no Campeonato Mineiro, domingo, contra a URT, no Mineirão, a Raposa esteja voando em campo. O que a torcida pode esperar é que a equipe, pelo menos, vença e mostre alguma evolução.
Como prometido pelo treinador e pelos jogadores, diante do Criciúma o time tratou de colocar a bola no chão. Além disso, mostrou boa movimentação. E foi tocando a bola que o Cruzeiro abriu o placar, aos 14min, com Alisson, depois de cruzamento rasteiro de Fabrício da esquerda e leve toque de Marcos Vinícius.
Mas as falhas defensivas ficaram evidentes desde o começo. E o time catarinense aproveitou-se aos 23min, com Diego Giareta antecipando-se a Fábio, que saiu errado, para desviar de cabeça e empatar – o goleiro celeste se redimiria ainda no primeiro tempo, com boas defesas também no segundo. Na etapa final, o cenário foi ainda pior, pois a Raposa continuou pecando atrás e diminuiu a produção na frente.
“Perdemos a bola em momentos que nos deixaram expostos, são coisas a trabalhar. Ainda temos muito a crescer”, disse o zagueiro Bruno Rodrigo. O desequilíbrio entre ataque e defesa também preocupou o lateral Mayke: “O time estava atacando bastante e tomando muito contra-ataque. Precisamos tomar cuidado para não levar gols de bobeira assim”.
LIDERANÇA Em Volta Redonda, o Atlético-PR assumiu a liderança do Grupo 3 ao vencer o Fluminense por 1 a 0, gol de Vinícius no segundo tempo, quando os dois times já estavam com 10 cada – Fred e Leo foram expulsos. O time carioca ainda perdeu pênalti, cobrado por Cícero.
Criciúma 1 x 1 Cruzeiro
Criciúma: Luiz; Ezequiel, Raphael Silva, Diego Giareta e Marlon; Barreto (Natan 43 do 2º), Douglas Moreira, Ricardinho e Wellington Saci (Jefferson 32 do 2º); Roger Guedes e Bruno Lopes (Calil 32 do 2º). Técnico: Roberto Cavalo
Cruzeiro: Fábio; Mayke, Manoel, Bruno Rodrigo e Fabrício; Henrique, Ariel Cabral, Marcos Vinícius (Allano 16 do 2º), De Arrascaeta (Gabriel Xavier 23 do 2º) e Alisson (Douglas Coutinho 36 do 2º); Willian. Técnico: Deivid de Souza
Estádio: Heriberto Hülse
Gols: Alisson 14 e Diego Giareta 23 do 1º
Árbitro: Charles Martins Lemos (RS)
Assistentes: José Javel Silveira e Carlos Henrique Selbach (RS)
Cartão amarelo: Alisson, Bruno Rodrigo e De Arrascaeta
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