Depois de 14 anos, o Cruzeiro volta a disputar uma copa regional. Nesta quarta-feira, às 19h30 (de Brasília), enfrenta o Criciúma, no Estádio Heriberto Hülse, em Criciúma, pela Copa Sul-Minas-Rio. O time celeste também defende um tabu diante do adversário. Há 22 anos, o Tigre não vence a Raposa jogando em Santa Catarina.
A última derrota cruzeirense no local do jogo desta quarta-feira foi em novembro de 1994, pelo placar mínimo no Brasileirão daquele ano. O Cruzeiro venceu seis das últimas oito partidas que disputou contra o Criciúma, sendo que os outros dois jogos terminaram empatados. O último triunfo celeste no Heriberto Hülse ocorreu em 2013. Com gols de Vinícius Araújo e Ricardo Goulart, o Cruzeiro bateu o Criciúma por 2 a 1, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, que terminou nas mãos do time mineiro.
Ricardo Goulart e Egídio comemoram gol da vitória do Cruzeiro contra Criciúma em 2013 (Foto: Eduardo Valente)
O confronto desta noite marca o retorno da Raposa às disputas regionais. Desde 2002, equipes de Minas Gerais não se envolviam em competições desse tipo. O histórico do Cruzeiro é amplamente favorável. Das quatro vezes que jogou uma copa regional, foi campeão três vezes e vice em uma vez. Em 1999, a taça em disputa foi a Copa Centro-Oeste, vencida pelo Cruzeiro. Nos três anos seguintes, a Copa Sul-Minas. Relembre cada uma das disputas.
GOLEADA NO RIVAL E MELHOR DE TRÊS
O regulamento da Copa Centro-Oeste previa uma chave mineira e outra com equipes da região Centro-Oeste, de Tocantins e do Espírito Santo. O Cruzeiro foi o campeão de um torneio chamado de Copa dos Campeões Mineiros, que contou com América-MG, Atlético-MG e Villa Nova-MG. Na final do grupo mineiro, o Cruzeiro venceu o Atlético-MG por 5 a 1 e avançou à decisão, com o Vila Nova-GO.
Marcelo Ramos estava no grupo que participou do título da Copa Centro-Oeste (Foto: Léo Simonini / Globoesporte.com)
O time goiano superou Operário-MT, São Mateus-ES, Ivinhema-MS, Gama-DF e Interporto-TO na fase inicial. A final entre Cruzeiro e Vila Nova-GO foi em três jogos. O Cruzeiro venceu o primeiro por 3 a 0, em BH. No segundo, em Goiânia, deu Vila: 2 a 1. A finalíssima foi também no Serra Dourada. Por ter saldo de gols melhor nas duas primeiras partidas, o Cruzeiro jogou por empate. O 0 a 0 deu o título para a Raposa.
DERROTA PARA O AMÉRICA-MG
Em 2000, a disputa envolveu clubes de Minas Gerais e dos três estados do sul do Brasil. Os 12 times participantes foram divididos em três chaves de quatro. O Cruzeiro venceu sua chave, superando Coritiba, Juventude e Grêmio Maringá-PR. Na semifinal, eliminou o Paraná. O adversário da final foi o América-MG. O Coelho venceu as duas partidas, ambas no Mineirão. Na primeira, fez 1 a 0, gol de pênalti do volante Pintado. No segundo, a vitória americana foi por 2 a 1, de virada. Zé Maria abriu o placar para o Cruzeiro, cobrando pênalti. Os gols do Coelho foram feitos por Zé Afonso e Álvaro.
TÍTULO DIANTE DA TORCIDA
No ano seguinte, o regulamento da Copa Sul-Minas foi mantido. O Cruzeiro venceu o grupo novamente. Os adversários da primeira fase foram Internacional, Joinville e Paraná. Na semifinal, o adversário foi o rival Atlético-MG. No primeiro jogo, empate por 1 a 1. No segundo, o Cruzeiro venceu por 3 a 1, de virada.
Na final, o Cruzeiro encarrou o Coritiba. Em Curitiba, o time mineiro encaminhou o título, com uma vitória por 2 a 0. Na partida de volta, outra vitória, desta vez, por 3 a 0, gols de Jorge Wagner, Geovanni e Marcelo Ramos. Os destaques do time campeão eram o lateral Sorín, o meia Ricardinho e os atacantes Muller e Oséas.
BICAMPEONATO ÉPICO
O bicampeonato da Copa Sul-Minas em 2002 foi marcante para o torcedor do Cruzeiro. A competição cresceu e foi disputada por 16 times. Todos se enfrentaram em turno único, com os quatro primeiros avançando às semifinais. O Cruzeiro terminou a primeira fase na liderança. Na semifinal, mais uma vez o adversário foi o Atlético-MG. Dois empates por 1 a 1 levaram a decisão da vaga na final para os pênaltis. O Cruzeiro venceu por 4 a 2, e a cobrança do lateral atleticano Baiano até hoje é lembrada pela torcida mineira.
A decisão foi com o Atlético-PR. Em Curitiba, vitória do Cruzeiro por 2 a 1. A segunda partida foi no Mineirão, que recebeu mais de 70 mil torcedores, para a despedida do lateral Sorín, que havia sido negociado com o futebol europeu. Foi justamente do argentino o gol do título. Com um corte na cabeça, Sorín jogava com uma proteção, o que deu ao segundo título cruzeirense um gosto ainda mais especial.