14/1/2016 09:35
Procurador geral do STJD confirma que Benecy Queiroz será julgado
Declarações do dirigente da Raposa devem ser investigadas e uma denúncia será aberta: "Ele vai responder pelos atos que disse ter praticado"
Benecy (esq.) deve ser denunciado por declaração e pode ser punido pelo STJD (Divulgação/Cruzeiro)
Procurador geral do Supremo Tribunal de Justiça (STJD), Paulo Schmidt confirmou que foi feita uma solicitação pelo vídeo da entrevista concedida, no último domingo (10 de janeiro), pelo supervisor de futebol do Cruzeiro, Benecy Queiroz, em que o dirigente revela uma tentativa malsucedida de “comprar” um juiz, ocorrida entre 1989 e 1995.
Nesta quarta-feira (13), Benecy Queiroz se defendeu e afirmou que a tal “propina” se tratou de uma história inventada por ele durante uma “entrevista descontraída”. Paulo Schmidt, contudo, destaca que as novas declarações do supervisor de futebol celeste não irão alterar os rumos dos acontecimentos, salientando que o vídeo da entrevista será analisado e uma denúncia será feita contra o dirigente cruzeirense.
“Solicitamos as imagens e o vídeo da primeira imagem da entrevista, que é a que nos interessa. Aquela que faz uma manifestação expressa à manipulação de resultados com corrupção voltada à arbitragem. E é muito provável que haja um oferecimento de denúncia, acompanhado de um requerimento de inquérito, para que o dirigente possa responder pelos atos que ele afirmou que praticou, e agora está fazendo uma outra análise dos fatos, como se fosse um causo, uma brincadeira, mas não é o caso de a gente relevar esse tipo de declaração”, colocou o procurador, em entrevista à Rádio Itatiaia.
Apesar de o caso superar o período de prescrição do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que é de 20 anos, Paulo Schmidt destaca que a denúncia será ainda assim oferecida, tendo em vista o Código Disciplinar da Fifa que não define um tempo de prescrição para assuntos relacionados à corrupção no esporte.
“Ah, foi há muito tempo, tem um período prescricional. A Fifa tem um entendimento na sua codificação disciplinar que não incide prescrição em casos de corrupção, ou recebimento de vantagens indevidas. A procuradoria deve oferecer uma denúncia e ele (Benecy) será responsabilizado por essa declaração, e poderá apresentar sua defesa. E como em qualquer julgamento, pode ser absolvido ou condenado”, disse Schmidt, que ressaltou que o Cruzeiro, por enquanto, não corre risco de punição.
“Paralelamente, ainda não se tem a identificação de outros envolvidos, e até eventualmente a participação do clube, isso não é confirmado em nenhum momento, é preciso instaurar um inquérito para investigar. Então, ele (Benecy) responde sozinho pelo que disse que fez e os outros, eventualmente envolvidos, precisamos investigar através de um inquérito, que deve ser instaurado na próxima semana. Mas ninguém vai responder além dele mesmo, o dirigente, pelo que ele afirmou que fez ou que tentou fazer”, concluiu.
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