13/12/2015 13:21
Cortando na carne
Para reduzir custos na temporada 2016, Cruzeiro vai abrir mão de vários jogadores, boa parte deles retornando de empréstimo. Diretoria alega também critério técnico
Paulo Galvão /Estado de Minas
Com 78 jogadores sob contrato e precisando cortar custos para se adaptar ao Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro) e também à realidade financeira mais dura do ano que vem, principalmente no primeiro semestre, o Cruzeiro trabalha para diminuir a folha salarial. O clube já anunciou que não renovará os compromissos de oito jogadores: o lateral-direito Ceará, o volante Charles, o armador Júlio Baptista, o atacante Leandro Damião, que atuaram em 2015; além do volante Felipe Seymour, do armador Pedro Ken e dos atacantes Ananias e Dagoberto, que estavam emprestados. Muitos outros serão negociados ou vão treinar separadamente, pois a intenção da comissão técnica é ficar com 32 jogadores.
Um dos que estão próximos de ter seu destino definido é o atacante Neílton, que fez bom papel defendendo o Botafogo na Série B do Campeonato Brasileiro. A Raposa paga 75% do salário do atleta, mas poderá cedê-lo novamente aos cariocas se eles assumirem a maior parte dos vencimentos, que seriam de R$ 200 mil mensais. Só aí haveria economia de R$ 1,3 milhão em 2016, contabilizando-se também o 13º salário.
“Estamos diminuindo o grupo pela questão financeira e também técnica. Com menos jogadores é melhor para a comissão técnica trabalhar”, argumenta o diretor de futebol, Thiago Scuro.
Como sabe que não conseguirá negociar todos os atletas que não estão nos planos, os dirigentes pensam em algumas soluções que sejam satisfatórias para todos. “Estamos fazendo tudo com o máximo de respeito aos profissionais, atentos ao mercado e dispostos, por exemplo, a realizar trocas”, declara Scuro, deixando a entender que poderia ceder dois jogadores para ter um.
A situação de Neílton não é a única em que o Cruzeiro assumiu pagar a maior parte do salário. A partir de janeiro, porém, o clube não pretende manter essa política, provavelmente não aceitando nem mesmo dividir os custos. O problema, aí, é que quase todos os demais clubes brasileiros também precisam se adaptar ao Profut e cortar gastos. Um negócio já feito foi com a Ponte Preta, que receberá o volante Eurico e o atacante Hugo Ragelli por um ano.
Existe ainda a hipótese de os atletas aceitarem reduzir os vencimentos ou rescindir amigavelmente os compromissos.
Entre os que vêm tendo poucas chances está o atacante Marinho, cujo contrato vai até junho de 2018. Dos emprestados, o também atacante Riascos tem vínculo até dezembro de 2017.
SÓ UM Daqueles que voltam de empréstimo, apenas o atacante Élber parece estar nos planos da comissão técnica comandada por Deivid, escolhido para substituir Mano Menezes, que foi para a China. Outro que vinha sendo analisado era o volante Souza, que interessa ao futebol japonês.
3993 visitas - Fonte: Super Esportes