"No nosso planejamento, a liga seria receita extra. Dependendo, amistosos podem ser mais rentáveis", diz Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro

Sem vaga na Copa Libertadores e fora da Primeira Liga por decisão do presidente Gilvan de Pinho Tavares, o Cruzeiro se prepara para um primeiro semestre “magro” técnica e financeiramente. Se por um lado isso dará tempo ao recém-contratado técnico Deivid para implantar sua filosofia, por outro exigirá muito planejamento e criatividade da diretoria para manter as contas em ordem, além do sempre importante apoio do sócio-torcedor. Como haverá datas de sobra, não estão descartados amistosos contra grandes equipes do futebol brasileiro.

Tomando por base o calendário deste ano, entre janeiro e o início de maio a Raposa tem garantido 11 jogos pelo previsível Campeonato Mineiro – que chegarão a 15 caso alcance a final – e ao menos um pela Copa do Brasil, provavelmente contra uma equipe de menor expressão. Muito pouco para quem tem folha salarial alta e será mandante (ficando com a renda) em metade dos compromissos.

A partir de meados de maio, o clube começa a jogar o Campeonato Brasileiro, mas não deve mandar mais do que cinco partidas até o fim do primeiro semestre. A época de vacas magras, porém, não preocupa tanto a diretoria. “Passamos por isso em 2013, quando jogamos duas partidas em casa por mês, em média. Mais uma vez, será fundamental o apoio dos cruzeirenses, principalmente pela adesão ao programa de Sócio do futebol”, afirma Gilvan de Pinho Tavares, para quem a saída da Primeira Liga, que reunirá clubes de Minas, Rio, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, não trará prejuízo financeiro ao Cruzeiro: “Faríamos no máximo cinco jogos, alguns deles contra equipes sem tanto apelo para o torcedor. No nosso planejamento, a liga seria receita extra. Dependendo, amistosos podem ser mais rentáveis”.

Levando-se em consideração os valores obtidos no Estadual deste ano, não será difícil para a Raposa superar as arrecadações. Tirando os clássicos com o Atlético (1 x 1 na primeira fase e 1 x 2 nas semifinais), em apenas uma oportunidade o clube celeste teve renda superior a R$ 500 mil – foi na goleada por 3 a 0 sobre o Boa, pela quarta rodada.

Já pela Copa do Brasil de 2013 o panorama foi ainda pior. A Raposa jogou apenas três partidas no primeiro semestre, tendo estreado com goleada por 3 a 0 sobre o CSA-AL, em Maceió, eliminando o jogo de volta e ficando com R$ 34.164,65 da renda. Já na segunda fase, ganhou do Resende-RJ no interior Fluminense por 2 a 1 e goleou por 4 a 0 no Mineirão, o que lhe rendeu apenas R$ 164.765.

CRESCIMENTO Desde a reabertura do Mineirão, em 2013, o Cruzeiro teve crescimento vertiginoso do seu programa de sócio-torcedor. Como estava mandando seus jogos em Sete Lagoas durante a reforma, contava com cerca de 5 mil associados, número que hoje chega a quase 72 mil, segundo o clube.

A intenção da diretoria é incrementar ainda mais o programa. Com planos de chegar a 100 mil associados em 2021, quando o clube completará 100 anos, novas modalidades deverão ser lançadas.

ESTRELADAS...

PRIMEIRO REFORÇO
O Cruzeiro negocia para contratar o atacante Douglas Coutinho, de 21 anos, que está no Atlético-PR. Segundo o empresário do jogador, Taciano Pimenta, está praticamente certo o empréstimo de Douglas Coutinho até dezembro do ano que vem. Os direitos do atacante são divididos entre o clube paranaense (20%) e as empresas Doyen (65%) e Agility (15%).

MAIS UM NA COMISSÃO TÉCNICA
Depois de confirmar o técnico Deivid, o auxiliar técnico Pedrinho e preparador físico Alexandre Lopes, a diretoria celeste anunciou, ontem, a contratação de Geraldo Delamore para também ser assistente do treinador. Ele fará parte da comissão técnica permanente do clube celeste, assim como Alexandre Lopes. Delamore acompanhou o técnico Tite por 13 anos, inclusive no Mundial de 2012, vencido pelo Corinthians. Em junho de 2013, assumiu como técnico do Juventude-RS.