4/12/2015 18:11
No aniversário do 6 a 1, jogadores relembram a goleada do Cruzeiro sobre o Atlético-MG
Personagens do clássico de 2011 falam com exclusividade ao Esporte Interativo
Rafael atuou no clássico e ainda permanece no Cruzeiro (Foto: Washington Alves / Light Press / Cruzeiro)
Nervos à flor da pele e sangue nos olhos. Estas são apenas algumas definições de jogadores do Cruzeiro para a partida contra o Atlético-MG na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2011. Uma derrota sacramentaria o rebaixamento da equipe celeste pela primeira vez, e diante do maior rival. No entanto, aquele que poderia ser o pior clássico da história do clube, se tornou a maior vitória cruzeirense nos confrontos diretos. Há exatos quatro anos, a Raposa batia o Galo por 6 a 1, na Arena do Jacaré, e garantia a permanência na Série A.
Em recordação ao clássico de 2011, o Esporte Interativo conversou com jogadores do Cruzeiro que participaram do confronto. O volante Leandro Guerreiro, que marcou um dos gols da goleada, relembrou a semana que antecedeu o jogo e o alívio depois do resultado positivo.
“Foi a semana mais tensa da minha carreira. Praticamente a gente não conseguia dormir, porque vinha um filme na nossa cabeça. Passamos uma semana concentrados em Atibaia treinando, e a semana demorou muito para passar. Depois da vitória, o peso que saiu das nossas costas foi enorme. Parecia que tínhamos conquistado a Copa do Mundo. Parecia que tínhamos ganho o Campeonato Brasileiro. Todo mundo pede para eu fazer o 6 a 1 quando me encontra”, disse.
O clima no vestiário foi tenso. O atacante Anselmo Ramon, autor do terceiro gol, contou que a confiança e tranquilidade foram fundamentais para que a vitória fosse conquistada. O jogador não tem dúvidas que o tento anotado diante do Atlético-MG foi um dos mais importantes de sua carreira.
“Clássico, por si só, já tem um clima mais tenso, ainda mais na situação que estávamos. Procuramos passar confiança e tranquilidade uns para os outros e no final deu certo. O Cruzeiro é um clube que tem que estar na primeira divisão sempre. Sem dúvidas (foi um dos gols mais importantes na carreira), principalmente por ter ajudado o Cruzeiro a se livrar de um rebaixamento, que seria muito ruim para todos no clube. Estava muito motivado para aquela partida. Jogamos a vida ali. Naquela partida tudo deu certo. Esse jogo ficou marcado na vida de todos”, falou.
Do atual elenco, apenas o goleiro Rafael e o zagueiro Léo estiveram em campo no 6 a 1. O arqueiro teve a responsabilidade de substituir o titular Fábio, que desfalcou o time na decisão. O atleta classifica aquele clássico como o mais importante de sua vida.
“Todo jogo eu trato como se fosse o mais importante. Mas esse além de ser o jogo mais importante da minha vida, foi um dos jogos mais importantes do Cruzeiro. Querendo ou não, era muita coisa em jogo. Com certeza foi uma responsabilidade muito grande, com sempre é vestir a camisa do Cruzeiro, que é um clube maravilhoso. Eu tenho muito orgulho de ter participado desse jogo épico, que será lembrado por muitos anos”, disse o goleiro, antes de relembrar o clima antes e depois do confronto.
“A gente sabia que não era aceitável o Cruzeiro cair para a segunda divisão. Um clube dessa grandeza não poderia ser rebaixado. Então sabíamos da nossa responsabilidade de dar a nossa vida para ganhar o jogo. Logo depois foi uma alegria imensa. Eu saí de férias e foi muito gratificante. As pessoas reconhecendo e agradecendo. Foi um alivio muito grande pelo ano ruim que tivemos. Permanecer da maneira que foi, foi uma coisa muito grande. Por que querendo ou não, vencer do nosso maior rival por 6 a 1, vivendo um dos piores momentos que o Cruzeiro já passou, foi para lavar a alma. E acabou que todos lembram de 2011 como o ano do 6 a 1 e não um ano ruim”, falou ao EI.
O zagueiro Léo aponta que o fato de passar a semana longe de BH foi importante para tirar a pressão que o jogo tinha. O defensor lembra da tensão e responsabilidade de não ser derrotado e cair de divisão.
“Todo mundo com nervos à flor da pele, trabalhando muito concentrado e focado. Ficamos concentrados em Atibaia e isso foi bom para que a gente pudesse conversar sobre situações e estratégias de jogo. Tudo contribuiu para que pudéssemos vencer de 6 a 1. A diferença foi o sangue no olho. Todos muito focados, com concentração máxima e vontade de vencer. Isso foi o diferencial para que no primeiro tempo pudéssemos sair vencendo por 4 a 0 e vencer a partida por 6 a 1. Essa concentração foi o diferencial para surpreender muitas pessoas”, encerrou.
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