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30/11/2015 13:17

Há 49 anos, Cruzeiro massacrava o Santos de Pelé

Há 49 anos, Cruzeiro massacrava o Santos de Pelé
Capa d'A Gazeta Esportiva destaca feito histórico do Cruzeiro contra o Santos de Pelé, em 1966

Quando uma equipe faz uma campanha marcante, especialmente quando conquista um título, é comum o torcedor se lembrar “daquele jogo”. Há sempre uma partida simbólica que define a glória (ou até mesmo uma desgraça) em meio a tantas outras dentro de uma competição.


Nos anos recentes do Cruzeiro bicampeão brasileiro, basta lembrar dos jogos contra o Botafogo (3 a 0, em 2013) e Grêmio (2 a 1, em 2014). Neste ano, o Cruzeiro esteve longe da conquista do título. Pelo contrário. Flertou por algumas boas rodadas com o perigo e o dissabor de rondar a zona do rebaixamento, algo pouco comum em sua história gloriosa.


É senso comum entre todos os torcedores que o jogo da virada foi contra o Santos, em 30 de agosto, quando a equipe perdeu por 1 a 0 no Mineirão, em noite que ficou marcada pelo grito sofrido do torcedor, que antes de tudo queria mudar o rumo das coisas. E conseguiu. O que se viu depois daquele “Zêeeero” interminável na derrota contra o Santos foi o início de uma nova era e a retomada da ordem das coisas. O desenrolar da história todos já sabemos.

Coincidência ou não, a tradicional equipe santista vira e mexe aparece como coadjuvante de luxo em jornadas marcantes do Cruzeiro. Basta lembrar da briga polarizada entre as duas equipes no ano de 2003. A máquina celeste contra uma das melhores safras do Santos nos últimos anos, liderada por Diego e Robinho. Deu Cruzeiro, de longe, em um ano mágico. Mas os jogos contra os santistas, especialmente o 3 a 0 do returno, foram os que definiram aquela campanha.


E quando o adversário se torna marcante não apenas em uma campanha, mas na história de um clube? Parece até meio impossível selecionar um jogo em meio a dezenas ou até centenas de históricos na vida de um clube tão grande quanto o Cruzeiro. Mas, mais uma vez, lá estava o Santos.


Em 30 de novembro de 1966, há exatos 49 anos, o Cruzeiro botava de vez seu nome no mapa no futebol mundial. Naquela noite, cerca de 90 mil apaixonados pelo time celeste e pelo futebol lotaram o Mineirão para ver o Cruzeiro de Dirceu, Piazza e Tostão enfrentar nada menos que o Santos de Pelé, Zito e Pepe. Em jogo, a decisão da Taça Brasil.

A partida de ida, além da reunião de craques, ficou marcada pela goleada histórica do Cruzeiro: 6 a 2. Nos primeiros 45 minutos, a Raposa já abria 5 a 0 no placar, deixando atônitos não apenas os torcedores, mas principalmente o time paulista.


Com apenas 5 minutos de partida, o time celeste já vencia por 2 a 0, gols de Zé Carlos (contra) e Natal. Ainda na primeira etapa, Dirceu anotou duas vezes e Tostão marcou de pênalti.


Na volta para o segundo tempo, o Santos quis mostrar que estava cambaleando, mas não nocauteado, e marcou dois gols antes dos 10 minutos, com Toninho Guerreiro. No entanto, o Cruzeiro continuou impondo sua força e fechou um 6 a 2 impiedoso com um gol de Dirceu Lopes.


Houve tempo ainda para que Pelé, talvez o mais atordoado entre os jogadores adversários, caçasse uma pequena confusão e fosse expulso aos 30 do segundo tempo. O maior jogador de todos os tempos foi anulado de forma tão eficaz por Piazza que optou por agredir o volante celeste com um pontapé. O xerife Procópio tomou as dores do amigo e resolveu tirar satisfações com o Rei. Ambos foram para o vestiário mais cedo.


A partida de 49 anos atrás registrou na época a maior renda do futebol do país em partidas disputadas por clubes. A arrecadação de 222.314.600,00 cruzeiros, moeda da época, superando em quase 50 milhões de cruzeiros o recorde anterior, que pertencia a um Fla-Flu de 1963, no Maracanã. Pela correção do IPC, a renda na moeda de hoje não chegaria aos 600 mil reais, renda similar à de ontem na partida entre Cruzeiro x Joinville, para 25 mil pessoas.


Não bastasse o massacre do Mineirão, o Cruzeiro voltaria a vencer o mesmo Santos em seus domínios, uma semana depois, por 3 a 2 de virada no Pacaembu. Estava consolidado o primeiro título nacional para o futebol mineiro. E, mais do que tudo, estava consolidado também o status de gigante do Cruzeiro, que a partir dali se tornou de longe a principal força de Minas Gerais, botando o estado no mapa do futebol brasileiro.


FICHA TÉCNICA – CRUZEIRO 6x2 SANTOS
Jogo de ida da Final da Taça Brasil
Data: 30 de novembro de 1966.
Local: Mineirão
Público pagante: 77.325 – Público presente: 90.000 (estimado)
Juiz: Armando Marques (RJ)
Cruzeiro: Raul; Pedro Paulo, Willian, Procópio e Neco; Wilson Piazza, Dirceu Lopes e Tostão; Natal, Evaldo e Hilton Oliveira. Técnico: Airton Moreira.
Santos: Gilmar; Carlos Alberto Torres, Mauro Ramos, Oberdan e Zé Carlos; Zito e Lima; Dorval, Toninho Guerreiro, Pelé e Pepe. Técnico: Lula.
Gols: Zé Carlos-SAN (contra) aos 1?; Natal-CRU aos 5?; Dirceu Lopes-CRU aos 20? e 39? e Tostão-CRU (pênalti) aos 42? do 1º T.
Toninho Guerreiro-SAN aos 6´ e 9´e Dirceu Lopes-CRU aos 27´do 2º T.
Expulsões: Procópio-CRU e Pelé-SAN, aos 30´do 2º T.

2067 visitas - Fonte: ESPN




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