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17/11/2015 09:32

Saiba como uma psicóloga amansou o 'Pitbull' mais bravo do futebol brasileiro

Saiba como uma psicóloga amansou o Pitbull mais bravo do futebol brasileiro
Willians foi o grande destaque do Cruzeiro na vitória diante do Sport

O apelido de Pitbull que o volante Willians recebeu ao longo da carreira não foi à toa. Conhecido por ser um jogador extremamente voluntarioso, ele muitas vezes comete um número grande de faltas e recebe muitos cartões - é o líder de amarelos do Brasileirão.

Atualmente no Cruzeiro, ele vive uma nova fase sob o comando do técnico Mano Menezes e aos poucos conquistou espaço na equipe. Virou cobrador de pênaltis, marcou o primeiro gol e deu uma assistência para o segundo na vitória por 3 a 0 diante do Sport no Mineirão, no último domingo.

Uma das responsáveis pelo momento do camisa 8 é Nell Salgado, considerada quase uma madrinha pelo meio campista. Ela é coaching do atleta de 29 anos desde os tempos de Flamengo. Há cerca de 20 dias eles se encontraram novamente para mais uma consulta. O jogador, que havia sido suspenso, gostaria de melhorar seu desempenho com a camisa mineira.

Willians viveu altos e baixos na carreira, principalmente após se destacar com a camisa do Flamengo na conquista do Campeonato Brasileiro de 2009. Dois anos depois de viver o melhor momento no clube carioca, ele foi afastado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo por indisciplina.

Além disso, a esposa estava grávida de sete meses e os problemas ocasionados nesta época estavam desviando a atenção do atleta dos gramados. A profissional achou a situação perfeita para ajudar Willians e ao mesmo tempo divulgar seu trabalho.

"Vi na televisão que ele estava afastado e decidi que ia trabalhar com ele. Pensei: 'É um caso perfeito, preciso saber o que se passa na cabeça dele'. Ele morava no mesmo condomínio que eu no Rio de Janeiro e consegui o telefone da casa dele e liguei", disse a psicóloga Nell Salgado, membro da Sociedade Brasileira de Coaching, em entrevista ao ESPN.com.br.

"Ele estava muito assustado, mas acabou dando certo o trabalho (risos). Nós fizemos uma primeira sessão muito difícil, porque ele vem de uma origem um pouco complicada. Depois, o processo foi andando muito bem porque ele via as coisas funcionarem", comentoi.

Salgado explica que o processo de "treinamento mental" dura por volta de dez consultas e é voltado para um objetivo específico, com início meio e fim. Quando a meta é alcançada, é possível traçar outra ou não, dependendo do cliente.

"Então primeiramente nós colocamos como meta ele ser reintegrado pelo Luxemburgo, o que aconteceu. Depois ele me disse que o sonho dele era ser vendido para a Europa e ele foi para a Udinese", analisou.

"Depois que ele foi para a Itália disso, ele parou de fazer com frequência, mas nós temos o coaching de agenda, que funciona quando ele tem uma necessidade e entra em contato comigo. Hoje temos amizade com a família toda dele. Às vezes, fazemos uma sessão para conversarmos através do Skype", afirmou.

O maior problema que a carioca enfrenta é o desconhecimento e a desconfiança com o trabalho."Ainda existe muito preconceito no mundo do futebol porque os jogadores não querem divulgar que passaram por coaching, alguns acham que é coisa de maluco. Já trabalhei com clientes que foram pra seleção brasileira, mas que pedem sigilo", ponderou.

A prática foi importada do mundo corporativo para aumentar o desempenhos de profissionais e que é utilzada no esporte desde a década de 70.

"Queremos transformar o potencial em resultado, mas não podemos mudar a essência da pessoa, é uma transformação mental. A questão psicológica é uns 70% do atleta. Nós fazemos um trabalho com foco no objetivo, mas as decisões são dos jogadores", explicou.

1494 visitas - Fonte: ESPN




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