Vaga representa interrupção, ainda que temporária, das críticas (Foto: Washington Alves/Light Press)

Libertadores, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro... foram várias as conquistas comemoradas no Mineirão. O Gigante da Pampulha é o escolhido para as grandes partidas e decisões do futebol mineiro. Mas, ultimamente, um fantasma assombra um dos maiores estádios brasileiros. Engana-se quem imagina ser o 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil na última Copa do Mundo. Ele tem alvo único: o Cruzeiro. Casa da Raposa, o local tem sido palco de frustrações recentes do time mineiro. A classificação para as quartas de final da Copa do Brasil, nesta quarta-feira, às 22h (de Brasília), diante do Palmeiras, representa não só um voto de confiança para a equipe de Vanderlei Luxemburgo - muito cobrada pelos resultados recentes no Brasileirão - como também o fim desta sina.

Uma vitória por 1 a 0 ou por mais de um gol de diferença garantem o Cruzeiro nas quartas de final. No primeiro jogo, vitória do Palmeiras por 2 a 1, na Arena Palmeiras. Mas decidir vaga ou título no Mineirão, ultimamente, não tem sido um bom negócio, na maioria das vezes, para a equipe cruzeirense.

Só neste ano foram dois momentos de frustração. A primeira foi para o rival Atlético-MG, com uma derrota por 2 a 1 nas semifinais do Campeonato Mineiro. A segunda ocorreu na Libertadores, quando o Cruzeiro venceu o River Plate por 1 a 0, na Argentina, mas perdeu por 3 a 0 como mandante, sendo eliminado nas quartas de final.
No ano passado, mais dois momentos de tristeza. Na Libertadores, eliminação nas quartas de final, para o San Lorenzo, após derrota por 1 a 0 na Argentina e empate por 1 a 1 em Belo Horizonte. Na final da Copa do Brasil, após perder por 2 a 0 para o maior rival, no Independência, a Raposa ainda foi batida por 1 a 0 em um Mineirão, três dias depois da conquista do bicampeonato do Brasileiro.

Apesar de conviver com este fantasma, o Cruzeiro teve êxito em partidas de mata-mata, no Mineirão, nos últimos dois anos. Em 2015, eliminou o São Paulo nas oitavas de final da Libertadores, após vitória na cobrança de pênaltis, e também foi campeão do Campeonato Mineiro, ano passado, após segurar empate sem gols com o Atlético-MG.

Retrospecto

O Cruzeiro conseguiu inverter a situação, quando perdeu o primeiro jogo na Copa do Brasil, em quatro das nove ocasiões. Após ser derrotado por Náutico (em 1993), Caxias (1999), Londrina (2002) e Vitória (2006), o Cruzeiro venceu os adversários por uma diferença que o classificou à próxima fase. Diante de Bahia (1989), Corinthians (1991), Paulista (2005), Atlético-PR (2012) e Atlético-MG (2014), não teve o mesmo êxito.

Além de representar o fim desta sina recente, a classificação às quartas de final também interromperá, mesmo que seja provisoriamente, as críticas por parte da torcida. O Cruzeiro não vai bem no Campeonato Brasileiro, estando a um ponto da zona do rebaixamento, e passar de fase pode representar, pelo menos, um alívio ao trabalho de Vanderlei Luxemburgo.

Confira o retrospecto do Cruzeiro quando perde o primeiro jogo na Copa do Brasil:

1989 (oitavas de final)
Bahia 2x0 Cruzeiro
Cruzeiro 1x0 Bahia
1991 (oitavas)
Corinthians 3x1 Cruzeiro
Cruzeiro 0x1 Corinthians
1993 (oitavas)
Náutico 1x0 Cruzeiro
Cruzeiro 2x0 Náutico

1999 (primeira fase)
Caxias 3x2 Cruzeiro
Cruzeiro 5x0 Caxias

2002 (segunda fase)
Londrina 1x0 Cruzeiro
Cruzeiro 2x0 Londrina

2005 (semifinal)
Paulista 3x1 Cruzeiro
Cruzeiro 2x3 Paulista

2006 (oitavas)
Vitória 2x1 Cruzeiro
Cruzeiro 4x0 Vitória

2012 (oitavas)
Atlético-PR 1x0 Cruzeiro
Cruzeiro 1x2 Atlético-PR

2014 (final)
Atlético-MG 2x0 Cruzeiro
Cruzeiro 0x1 Atlético-MG