A diretoria do Cruzeiro não está satisfeita com o atual momento do clube. Após a goleada por 3 a 0 sofrida para o Athletico-PR, neste sábado (26), o CEO do clube, Alexandre Mattos, chamou a responsabilidade e deu explicações à torcida. Mattos revelou que os dirigentes não deixam de fazer cobranças à comissão técnica e ao elenco. E que tenta mudar a mentalidade dentro do clube. “Sobre o momento que a gente vem passando. Eu cheguei no Cruzeiro junto com o Pedro Lourenço, em maio, tem cinco meses. Falo claramente para o torcedor, que está longe daquele momento que a gente quer para o Cruzeiro. Entendendo aí nesses 20 anos de carreira que eu tenho, que seria muito improvável que seria um momento diferente desse”, iniciou suas explicações. Bronca da torcida O CEO cruzeirense disse entender a bronca da torcida, que anseia por um momento mais vitorioso. No entanto, admite que o clube passa por um processo importante de mudança da mentalidade. “Entendo toda a ansiedade que a torcida do Cruzeiro está, e concordo com ela com absolutamente tudo em relação às críticas, cobranças. Falar para ela que isso é feito diariamente aqui dentro, cobrança, pedido encarecidamente para entender o que é o Cruzeiro”, falou. “Já disse isso ao nosso presidente, a maior dificuldade nossa é tirar lá de dentro o pensamento que vem de 2019, 2021, 2022 e 2023, com o Cruzeiro não participando dos principais campeonatos, o Cruzeiro não sendo protagonista”, completou. Fim das ‘crenças limitantes’ Mattos entende que é preciso o Cruzeiro voltar a pensar grande em todos os aspectos. Ele acredita que é preciso mudar algumas crenças antigas ainda existentes nos bastidores do clube. “Tirar isso não é fácil, demanda tempo. Sei que o torcedor não quer escutar tempo, mas não tem como não escutar”, cravou. Alexandre Mattos comentou sobre detalhes na Toca da Raposa II, centro de treinamento cruzeirense. Dentro do CT, na visão do dirigente, é preciso exaltar os grandes momentos e conquistas do clube. “Na Toca II, no primeiro dia que eu entrei lá, notei uma diferença. Cadê os troféus, grandes equipes, os quadros do Cruzeiro jogando Mundial com Bayern de Munique do Beckenbauer. Cadê tudo? Não tinha nada disso na Toca. Eu respeito demais, já disso isso inúmeras vezes do respeito que tenho com todo mundo que passou, e ajudou a tirar o Cruzeiro da Série B. Mas, o que tinha dentro do Cruzeiro era o troféu da Série B”, reclamou. Pedido de paciência A equipe celeste acumula seis jogos seguidos sem vitória na competição nacional. Em números gerais, contando Brasileirão e Sul-Americana, o jejum cruzeirense é maior. Já são sete partidas sem vencer, sendo o último triunfo celeste no dia 1º de setembro, quando a equipe, ainda comandada por Fernando Seabra, venceu o Atlético-GO por 1 a 0, no Mineirão, na 25ª rodada da competição nacional. No returno do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro venceu apenas duas vezes em 12 jogos. O desempenho ruim coloca o time como um dos piores, analisando apenas a segunda metade do Brasileirão. “O que peço para o torcedor é isso, entender o processo que estamos vivendo. Processo de reerguer o pensamento, tirar o que estava passando a equipe nesse momento, como um todo, há cinco anos., Não será em cinco meses que vamos conseguir transformar o clube”, ressaltou. “Com todo respeito do mundo, pedimos para guardar o troféu, e cadê os troféus da Libertadores, de Brasileiro, de Copa do Brasil? Esse é o Cruzeiro que a gente quer, e é o Cruzeiro que vamos chegar. Não tenho a menor dúvida disso, mas precisamos de um pouco mais de tempo”, finalizou Mattos.