Integrante de um seleto grupo de investidores do futebol no país, Fernando Garcia concedeu longa e esclarecedora entrevista ao Diário de São Paulo, publicada neste domingo. Ex-conselheiro do Corinthians e responsável por agenciar mais de 50 atletas – entre clubes do exterior e das três principais séries do país –, Garcia fez duras críticas aos últimos gestores da Raposa e revelou uma proposta de 12 milhões de euros por Dedé quando Alexandre Mattos ainda era diretor de futebol do clube.

“Respeito a competência do Alexandre Mattos, mas não gostei da forma como o Cruzeiro tratou o negócio do Marlone. E o clube também foi mal com os meus parceiros em relação ao Dedé. Esses agentes compraram o Dedé por 8 milhões de euros e o colocaram no Cruzeiro. Depois, apareceu uma proposta de 12 milhões de euros e o Cruzeiro não vendeu. Isso não é parceria. Se o clube não quer vender, então compra”, disse Garcia, que explicou a situação envolvendo Marlone.

“Ele estava valorizadíssimo depois de jogar no Vasco. Eu e os meus sócios pagamos 3 milhões de euros e o colocamos no Cruzeiro, com a promessa de que o clube pagaria um terço da operação e daria chances. Mas não ocorreu nem uma coisa nem outra. Até hoje não pagaram e o menino perdeu um ano. Hoje, em todos os contratos, exijo cláusula de saída”, completou.

Cruzeiro contratou Marlone no fim de 2013, logo depois de conquistar o título do Campeonato Brasileiro daquele ano. Como lembrou Garcia, o meio-campista se destacou no Vasco e despertou interesse de grandes clubes do futebol nacional. A negociação foi costurada por Alexandre Mattos. Com poucas oportunidades e sem mostrar o futebol que o trouxe ao clube, ele acabou rescindindo o vínculo no fim de 2014.

Já o zagueiro Dedé foi adquirido pelo clube celeste em abril de 2013. Em negociação com formato parecido, ele chegou ao Cruzeiro praticamente sem custos. Titular absoluto na conquista do Brasileirão daquele ano, o defensor se firmou no clube e já disputou quase 90 partidas com a camisa estrelada. Procurado pela reportagem, o empresário de Dedé, Giuliano Aranda, o Magrão, disse que desconhece a oferta de 12 milhões de euros.