Marcelo diz que Cruzeiro adota estilo de jogo que evita as faltas dos adversários (Foto: Gaspar Nóbrega/Light Press)

Líder, dono do melhor ataque e com um time cheio de jogadores técnicos. Essa combinação do Cruzeiro contraria algo que as estatísticas do Brasileirão mostram: mesmo com toda ofensividade, é a equipe que menos faltas sofreu na competição. Foram 191, quase 100 a menos que o Bahia, que mais recebeu faltas nas 14 rodadas (288). O segredo está nos toques rápidos e objetivos, que fazem com que os adversários não encontrem os jogadores cruzeirenses para parar o jogo.

Para o técnico Marcelo Oliveira, a estatística é um reflexo do estilo de jogo do time mineiro. O toque de bola rápido, tão característico da equipe comandada por ele, dificulta a vida das outras equipes.

- Procuramos fazer a nossa parte para evitar ao máximo o contato faltoso. Durante os treinamentos, exercitamos muito a questão do passe, pois, quando o trabalho de bola é preciso e dinâmico, dificultamos o acerto da marcação da outra equipe. Temos um grupo que possui uma qualidade técnica muito elevada, e isso contribui para um rendimento maior e melhor dentro de campo. Acredito, também, que o aproveitamento que o time tem mostrado nas bolas paradas é um fator que causa certo receio no adversário em parar o lance com falta. Apesar disso, aconteceram casos de entradas duras, como a que o Henrique sofreu contra o Botafogo e o Everton contra o Criciúma. Coisas que podem prejudicar todo um planejamento. Assim, o ideal é que o jogo corra com a menor quantidade de faltas possível, o que preserva a integridade física dos jogadores e permite que o futebol flua com mais qualidade.

O meia Éverton Ribeiro concorda com o comandante. E o exemplo dele é ilustrativo. No time celeste, é um dos poucos jogadores carrega um pouco mais a bola, principalmente pela facilidade do drible.

É ele quem recebe a maior parte das faltas. A cada seis faltas marcadas para o Cruzeiro, uma é em cima do camisa 17: já recebeu 32 neste Brasileirão, o que o coloca entre os dez mais parados de forma irregular. Os líderes no quesito são Petros, do Corinthians, e Conca, do Fluminense, com 42 faltas recebidas cada um.

- Como sou um meia, tento encontrar alternativas nas partidas e abrir espaço com passes e dribles. Com esse tipo de deslocamento e mudança de posição, você acaba ficando um pouco mais visado, mas isso é normal. Como a nossa equipe chega trocando passes, os jogadores não ficam muito tempo com a bola. Por isso, acredito que o time não é o que mais recebe faltas. Tentamos avançar com velocidade e passes rápidos.

Marcelo Oliveira avalia que há, também, uma prevenção dos adversários, principalmente para não cometer faltas laterais próximas a área.

- O aproveitamento que o time tem mostrado nas bolas paradas é um fator que causa certo receio no adversário em parar o lance com falta. O ideal é que o jogo corra com a menor quantidade de faltas possível, o que preserva a integridade física dos jogadores e permite que o futebol flua com mais qualidade.

Times que mais sofrem faltas:

1 - Bahia - 288 faltas sofridas
2 - Chapecoense - 256
3 - Coritiba - 255
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17 - Sport - 201
18 - Santos - 200
19 – Atlético-PR - 196
20 - Cruzeiro - 191