Dudu tomou conta do noticiário do Cruzeiro nos últimos sete dias. Deu entrevista polêmica, foi retirado do jogo contra o Vasco e dos treinos, negociou para sair da Toca, mas voltou a trabalhar com os companheiros. Nada definitivo. As partes têm tempo para definirem a situação, seja para retornar aos jogos ou sair rumo a outro clube.
Internamente, os problemas de Dudu na Toca da Raposa começaram há algumas semanas, com comportamento considerado inadequado em treinamentos e também em jogos, após ter perdido a titularidade. O estopim para ser punido foi a reclamação pública sobre a decisão de Leonardo Jardim em mandá-lo para o banco de reservas. O treinador conversou com a diretoria, que deu aval para o afastamento. Pedro Lourenço, dono da SAF, até confirmou a torcedores que Dudu sairia do clube.
Mas, então, quais os motivos para a volta do jogador aos trabalhos com o grupo? O ge explica. O principal deles é a questão financeira. Dudu tem um dos maiores salários do elenco, que chega próximo dos R$ 2 milhões mensais. Com contrato até o fim de 2027, a multa rescisória gira em torno de R$ 60 milhões. O impasse financeiro não chegou sequer perto de ser resolvido na conversa que Dudu, Cruzeiro e staff do jogador tiveram. O clube não cogita pagar a quantia, e o atacante não quer sair sem ser bem recompensado, uma vez que não foi ele quem tomou a decisão de ficar fora de treinos e do jogo contra o Vasco. Também há o entendimento de que dificilmente conseguirá um contrato com moldes parecidos em outros clubes, considerando salário e tempo de vínculo. Dudu tem 33 anos e ainda não engrenou completamente após lesão que o afastou por quase um ano dos gramados quando defendia o Palmeiras. Ele voltou a jogar há menos de um ano. Desta forma, com consentimento de Leonardo Jardim – que tem autonomia para tomar decisões no futebol cruzeirense –, Dudu voltou a treinar com os companheiros. Afinal, alguma das partes teria de ceder no aspecto financeiro para que uma decisão definitiva fosse tomada. Não há pressa para tal, uma vez que o atacante só pode ser inscrito por outro clube a partir de 2 de junho. Até o momento, Atlético-MG e Grêmio fizeram sondagens ao staff do atleta. Rescindir com o jogador, pagando uma quantia alta para que ele defenda rivais, também é uma ideia que não agrada ao Cruzeiro.
De volta ao dia a dia, além da situação financeira, as partes também contam com outros benefícios. Dudu, que só poderia defender um novo clube daqui a mais de um mês, mantém o ritmo de treinamentos, enquanto o staff seguirá agindo em busca de situações no mercado. O Cruzeiro, por outro lado, tem o jogador como opção para retorno esportivo enquanto paga o salário mensal. Além disso, não corre riscos judiciais tendo o atleta afastado do trabalho por decisão unilateral. No caso do retorno esportivo – com Dudu em campo novamente –, ele terá de passar por um processo de retomada completa dentro do clube. Não só no que diz respeito à confiança de Leonardo Jardim, mas também com os companheiros, já que os episódios com Dudu foram considerados fora da curva dentro do dia a dia do elenco. Ainda é possível dizer, por todo o contexto, que a saída de Dudu é o caminho mais provável para acontecer. A mudança é que, agora, o entendimento é de que não há mais pressa para resolver a situação. O atacante tem 17 jogos e dois gols pelo Cruzeiro na temporada. Assista: tudo sobre o Cruzeiro no ge, na Globo e no Sportv
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