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10/8/2014 12:38

Volta do mata-mata não resolve problema

Volta do mata-mata não resolve problema
A quem interessa a volta do Campeonato Brasileiro ao sistema mata-mata? Única e exclusivamente à Globo, que mantém os direitos da competição e tem os clubes sob domínio, com adiantamentos de cotas. No mundo inteiro se joga no sistema de pontos corridos, em que o time mais regular é premiado com o título, mas no Brasil, como tudo está na contramão da história, não seria diferente no futebol.

Fui um dos defensores da fórmula atual, por achar injusto um time fazer campanha fabulosa e ser derrotado numa tarde ou noite infeliz. Não acreditava que ele fosse vingar, mas a CBF, e nisso o mérito é do ex-presidente Ricardo Teixeira, bateu o pé e adotou os pontos corridos em 2003, quando o Cruzeiro, brilhantemente, levantou o troféu. Desde então, tem sido um sucesso, se não de público, pelo menos por premiar a melhor equipe.

Mas a Globo – que está no seu papel, pois paga pelos direitos de transmissão – não acha a fórmula boa para ela. O executivo Marcelo Campos Pinto, em entrevista recente, disse que a cada temporada a TV perde 10% de público no futebol. Não cita que a má qualidade dos espetáculos, a falta de dinheiro da torcida e a migração para a TV a cabo também contribuem.

Concordo que no mata-mata haja mais emoção, porque o campeão é conhecido em dois jogos, com lotação máxima nos estádios. Atualmente, um time pode ser campeão com quatro, cinco ou seis rodadas de antecipação. No ano passado mesmo, o Cruzeiro garantiu a taça faltando quatro rodadas e em todas elas houve emoção do mesmo jeito. Portanto, o argumento não é dos mais convincentes. Para mim, retroceder seria um tiro no pé de um futebol, já caindo pelas tabelas, com jogos sofríveis, falta de público e de talento.

Por que clubes, CBF e Globo não se unem para dar mais atenção à base? Seria bem mais importante que discutir mudança de regras da competição. Há tempos os clubes não revelam mais os craques. Assim como sonhei com o Brasileiro por pontos corridos, sonho em ver as categorias de formação bem geridas e dando frutos como no passado.

Em longo papo, José Flávio Lanna Drumond, um dos integrantes do conselho gestor do América, me alertou para o grave problema dos clubes. Ou se muda a lei que tirou deles o direito de manter suas crias, privilegiando empresários, ou o futebol brasileiro vai morrer em breve.

Portanto, leitoras e leitores, nossos problemas são bem mais profundos do que a mudança do sistema de disputa do Brasileiro. É preciso reaver o trabalho de base, feito por gente do ramo, bem remunerada, preocupada em formar talentos. Zé das Camisas (Atlético), Cilinho (São Paulo) e Carlinhos (Flamengo) são exemplos de homens que dedicaram a vida à formação dos garotos e deram aos clubes craques e títulos. Quem colheu os frutos foram os técnicos de cima, mas o torcedor sabe muito bem quem formou Zico, Reinaldo e Müller.

A Globo, maior emissora do país, tem grande responsabilidade pelo nosso futebol. Que ajude, portanto, a cuidar da origem, na base. Aí, sim, teremos dado o primeiro passo para a recuperação daquilo que se perdeu. Que os dirigentes pensem nisso. Está nas mãos deles fazer o Brasil voltar a ter talentos, jogar bonito e recuperar o público, que se afastou dos estádios e até das telas da TV.

Dia dos Pais

A todos os pais do Brasil, nossos parabéns pelo seu dia comemorado hoje.

2199 visitas - Fonte: Superesportes




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