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11/7/2014 10:40

[COPA 2014] Chefe argentino em terras inimigas, Mascherano "rouba" a Copa de Messi

Com craque apagado no mata-mata, volante vira símbolo de uma seleção competitiva e coletiva. Impecável em campo e preciso nas palavras, lidera hermanos até final

[COPA 2014] Chefe argentino em terras inimigas, Mascherano rouba a Copa de Messi
A raça do volante argentino é uma das razões da campanha dos hermanos no Mundial (Foto: EFE)

Quando a Argentina se preparava para a Copa do Mundo, ainda em Buenos Aires, dias antes de seguir para o Brasil, Javier Mascherano encarou os microfones e disse: "Estamos indo para terras inimigas". Começava ali um jogo de palavras daquele que se transformou na principal figura da Argentina que disputa com a Alemanha o título mundial, domingo, às 16h (de Brasília), no Maracanã. Se Messi tem a genialidade, o poder de decidir em um lance, é graças a Masche que os argentinos não precisaram do craque diante de Bélgica e Holanda.

Graças a sua postura dentro e fora de campo, que os hermanos se multiplicaram em outros muitos "Messis" em um jogo coletivo que pode acabar com um jejum de 24 anos.

A Argentina que chega ao Rio de Janeiro não é a mais a Argentina de um gênio. É um time altamente competitivo, assim como seu camisa 14. Capitão não de fato, mas de ofício, Mascherano é a figura de liderança do time de Sabella. É o representante do treinador em campo taticamente, e faz o mesmo papel muitas vezes no vestiário, com palavras de incentivo, gritos, cobranças. Com essa postura, incendiou os companheiros ao dizer estar "cansado de comer m..." antes das quartas de final contra a Bélgica, e injetou ânimo em Romero ao "profetizar" que o goleiro se transformaria em herói nas disputa de pênaltis que valeu a vaga na decisão, diante da Holanda.

Na partida contra a Laranja, por sinal, Mascherano foi, disparado, o melhor em campo. Correu, marcou, lançou, arrancou ao ataque e, principalmente, impediu gol de Robben no minuto final do tempo normal em lance onde disse ter "aberto o ânus". A semifinal foi somente mais um capítulo de uma Copa perfeita do volante argentino. E os números mostram a eficiência de Masche com e sem a bolas nos pés. Com 418 passes certos, é o melhor argentino neste fundamento. Já os 26 desarmes realizados nas seis partidas o colocam como líder não somente entre os hermanos, mas também do Mundial. As informações são do site Footstats.

Mascherano é ainda quem mais fez lançamentos corretos no time de Sabella, com 25, além de ter bloqueado com precisão cinco finalizações dos adversários. A função defensiva, naturalmente, o coloca como um dos mais faltosos da Argentina: foram sete infrações e nenhum cartão amarelo, uma a menos que Garay. Na exibição perfeita diante dos holandeses, no entanto, Javier passou limpo. Por outro lado, as faltas sofridas chamam mais atenção. Até o momento, o volante foi parado em 13 ocasiões, atrás somente de Messi, com 16.

O desempenho destacado de Mascherano no Brasil o tem colocado tão em evidência que torcedores até criaram um #MascheFacts na internet. São fatos que não são verídicos e contam com bom humor o que aconteceria se o jogador estivesse presente em situações hipotéticas. Brincadeiras à parte, o camisa 14 da Argentina tem sido reverenciado em seu país. Nas ruas de Buenos Aires, seu nome superou o de Messi depois do triunfo contra a Holanda, e personalidades são unânimes ao comentarem sua importância para o sucesso no Brasil.

- Toda vez que o Robben pegava a bola, tinha no seu pé o Mascherano. Ele jogou com muita autoridade. Um exemplo dentro de campo se chama Mascherano, todos jogaram seguindo o seu ritmo - disse Diego Armando Maradona, maior ídolo do país.
Alejandro Sabella seguiu a mesma linha do ex-camisa 10 e se rendeu ao volante:
- Mascherano é um baluarte, um ícone, um símbolo - exaltou o treinador.

Herói da classificação para final após ser acarinhado pelo companheiro, Sergio Romero definiu a importância de Mascherano para o elenco argentino. Apesar de ser Messi quem leva a braçadeira de capitão no braço, o dono do vestiário é Javier, com palavras e atitudes.

- É um líder indiscutível. É um homem que tomou pancadas cinco ou seis vezes nesta partida e nunca parou. É um leão dentro de campo, nosso coração. Leo (Messi) é nosso coração para driblar, deixar todos com a boca aberta, mas Mascherano é nosso coração por sua garra. Graças a Deus, está do nosso lado.

Recado do chefe: "A Alemanha não assusta"

A postura de Mascherano no Brasil consolida ainda mais um apelido que caiu em seu colo antes mesmo de se tornar uma figura tão imponente para o futebol de seu país: Jefecito (Chefezinho).

Revelação do River Plate, o então jovem foi apontado como substituto natural do ex-volante Leo Astrada e herdou sua alcunha de Jefe. Uma escolha profética. Em sua terceira Copa, o jogador vive o momento mais importante de uma história que já leva 104 partidas com a camisa de seu país.

Sparring na decepcionante campanha no Mundial de 2002, na Coreia e no Japão, Masche estreou na equipe principal em 2003, com somente 19 anos, sob o comando de Marcelo Bielsa. Do empate por 2 a 2 com o Uruguai, em La Plata, até a decisão da Copa no Brasil, foram 63 vitórias, 26 empates, 15 derrotas e somente três gols. Somente Zanetti e Ayala defenderam a Argentina mais vezes do que ele. Nenhum dos dois, porém, foi campeão do mundo. E Mascherano sabe que a chance de domingo será a única que terá para ser.

- O que o destino nos impõe é a final do mundo, é desfrutar esse dia porque seguramente não vamos voltar a viver, preparar para jogar a partida mais importante da nossa carreira e sobretudo estar à altura de todas as circunstâncias. A Alemanha não assusta, mas respeito, jogamos contra eles, sabemos a classe dos jogadores que tem. Tem que ter respeito.

Respeito, vontade e dedicação. Características da Argentina neste Mundial. Características de Mascherano, um "chefinho" com ares de general para invadir terras inimigas e voltar para casa com o símbolo da vitória. Voltar para casa com a Copa do Mundo. A "Copa de Messi" até agora tem sido a "Copa de Masche".

2301 visitas - Fonte: Globo Esporte




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