Último patrocinador deixou o clube em 2014 (Crédito: Divulgação)


Mesmo bicampeão brasileiro, o Cruzeiro começa o mês de junho sem um patrocinador máster. O último parceiro foi a BMG, que não renovou o contrato com o clube ao fim da última temporada, mas a Raposa não demonstra preocupação. Com fontes de receita alternativas e apontando o momento complicado do mercado, o clube celeste continua a roda de negociações para estampar um novo nome na camisa em breve.

“Nós estamos conversando com duas empresas, mas ainda não estamos em condições de divulgar. Ainda não chegou no número que o Cruzeiro entende que vale a propriedade. Esperamos que nos próximos 30 dias apareça uma definição. Não posso determinar um prazo exato, mas a previsão é que a gente jogue este Campeonato Brasileiro com o patrocinador máster”, disse o diretor financeiro do clube, Robson Pires, em entrevista ao Esporte Interativo, falando também do momento ruim do mercado brasileiro. “A nossa atual política econômica vem criando uma série de instabilidades que deixam as grandes empresas cautelosas, sem fazer investimento em qualquer atividade, principalmente em marketing. O problema é macroeconômico. As empresas não estão bem e estão cautelosas, não há muito capital sobrando para este tipo de ativação”.

Esta razão, para o diretor, é a principal para explicar a dificuldade do clube celeste em arranjar o novo parceiro. A perspectiva não é boa nem sequer para o próximo ano, e os títulos brasileiros e a vaga na Libertadores em 2015 não seduziram os pretendentes a ponto de apressá-los para um acerto. Mas a Raposa também não trata o assunto com urgência, e o motivo está no sócio-torcedor.

“(O patrocínio máster) É uma fonte de receita boa, mas não é uma das principais para o Cruzeiro. Para se ter uma ideia, o patrocínio master, hoje, representa cerca de 5% do faturamento do clube. Todos os patrocínios batem na casa dos 10% ou um pouco mais. A principal fonte de receita é o dinheiro da televisão, e quase na mesma proporção vem a arrecadação com bilheteria e com o Sócio do Futebol. As três principais receitas são televisão, sócio e bilheteria”, disse, referindo-se ao programa de sócios-torcedores do clube, o quinto com mais adeptos no Brasil, com mais de 71 mil.

Como explicou o dirigente, a cúpula celeste projeta a influência do patrocínio máster para cerca de 5% do faturamento do clube. Levando em conta o último balanço divulgado pelo Cruzeiro, com pouco mais de R$ 223 milhões, o novo parceiro teria de desembolsar cerca de R$ 15 milhões por ano para ter a marca na camisa celeste.

‘Esperança’ em Mineirão e sócios-torcedores

A razão para a falta de pressa da equipe em achar o novo patrocinador principal está no programa Sócio do Futebol. Segundo o próprio clube, o plano conta com tanta influência nas finanças quanto os direitos de televisão, maior fonte de renda da maioria dos clubes brasileiros, e seria a solução para não depender dos “caprichos” do mercado.

“É a grande alternativa que o Cruzeiro tem: a bilheteria e o sócio. Nós criamos uma fonte de receita que, desde 2012, ajudou a montar esse time bicampeão brasileiro. É uma das nossas maiores fontes e temos trabalhado para alavancar ainda mais o número de sócios. Ultrapassando 100 mil, vamos ter uma estabilidade muito maior para fazer a gestão do clube”, projetou o diretor, que colocou como marco do maior sucesso do programa a volta ao Mineirão:

“O Mineirão é fundamental porque o torcedor busca conforto e segurança, e temos isso neste novo estádio, que é a casa do Cruzeiro. O tripé do programa de sócios é centrado no estádio, no time competitivo e nos valores de mensalidade. Então, é fundamental, tanto para colocar o torcedor ‘comum’ no estádio quanto para alavancar o número de sócios”, argumentou.