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16/5/2015 07:40

Pelo retorno de uma tradição

Proposta enviada pela PBH à Minas Arena abre caminho para a volta das barracas ao Mineirão. Torcedores e comerciantes se mostram ansiosos com a possibilidade

Pelo retorno de uma tradição
Edmar diz que se candidatará a trabalhar no estádio

A luta dos barraqueiros que trabalhavam no entorno do Mineirão antes da reforma pode estar chegando ao fim. O sonho de voltar a trabalhar em jogos e shows, que não é só deles, mas também dos torcedores, pode ser realizado na próxima semana, com a proposta encaminhada pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) à Minas Arena, que administra o estádio. A grande diferença para os trabalhadores é que eles teriam de pagar um aluguel pelo espaço. E existe ainda a possibilidade de liberar a venda de cerveja, o que pode acontecer a partir da aprovação de dois projetos que estão em tramitação na Assembleia Legislativa.

Um patrimônio histórico

A notícia de que as barracas podem voltar ao Mineirão mexe não só com os barraqueiros, mas também com torcedores. Para degustar um tropeiro, um churrasco ou um sanduíche de lombo, como era a tradição em dias de jogos, o torcedor tem hoje que ir longe, caminhar até a avenida Alfredo Camarote, onde ficam os food trucks (caminhonetes com chapas para a produção de alimentos).

O engenheiro civil Leonel Freitas, de 29 anos, chega cedo ao Mineirão, para poder, antes de entrar, comer alguma coisa. Na quarta-feira, ele teve de se alimentar às pressas por causa do jogo. “Será ótimo a volta das barracas. Elas fazem muita falta, pois a gente sai direto do trabalho para vir ao campo. O problema é que os carrinhos ficam longe. A gente pára o carro, tem de andar e depois subir correndo para o Mineirão.”

Edmar Belmindo Alves, de 46 anos, é proprietário de um food truck. “Eu nunca trabalhei com barraca, mas sou a favor da volta delas no entorno do Mineirão ou na esplanada. Se elas forem voltar, vou me registrar para poder trabalhar lá. Elas nunca deveriam ter sido proibidas.”


Ernane se mostra animado com as negociações

Outro vendedor de alimentos daquele espaço é Selma Lima Alves Modesto, de 43 anos, que trabalha em dias de jogos há dois anos e garante que o ganho é muito bom. “Tem jogo que fica vazio, mas nos maiores existe a compensação. Aqui o espaço é pequeno. Tem de chegar cedo para pegar lugar. O problema é que não há espaço demarcado. Seria bom se fizessem isso. Temos de pagar impostos, taxas de prefeitura para ter o licenciamento. No estádio, haverá mais organização. Me interesso por isso.”

Verônica Márcia da Silva, de 29 anos é outra prorprietária de food truck, que sonha em se tornar barraqueira. “Trabalhar na esplanada seria muito melhor, inclusive para evitar incômodos, como é aqui. Além disso, o torcedor já está acostumado. Estaríamos, praticamente, dentro do campo.” Ela, aliás, faz uma denúncia. “Proibiram as barracas, no entanto, lá é cheio de caixeiros, que vendem em caixas de isopor. Nós que pagamos para ter direito de vender na rua, não temos nenhuma garantia. E eles agem impunemente.”

Os amigos Gleidson Lopes, de 36 anos, advogado, e Welder Aleixo, de 36, técnico em informática, são totalmente favoráveis ao aproveitamento da esplanada. “Seria muito bom voltar a tradição das barraquinhas. O Mineirão voltaria a ter um pouco do velho estádio, que era muito melhor”, diz o primeiro.

Solução que agrada Ernane Francisco Pereira, de 52 anos, é o presidente da Associação dos Barraqueiros do Mineirão, que comemora o apoio. Segundo ele, já foram realizadas 15 reuniões com o Governo do Estado, Prefeitura e Associação dos Moradores da Pampulha, que apoia o movimento.

“As barracas do Mineirão foram motivo de um estudo por parte da UFMG, que considera o nosso trabalho como patrimônio histórico, afinal de contas, tornou-se uma tradição ir para o Mineirão e se alimentar e beber no entorno deste”, diz Ernane.

Hoje, segundo Ernane, são 52 barraqueiros contratados, mas quando o Mineirao foi fechado para a reforma, eram 150. “O nosso movimento começou três anos antes do fechamento do estádio. Desde então viemos lutando. Primeiro, haviam definido que iríamos para a Alameda das Palmeiras, atrás do Mineirinho. Mas depois tiraram a gente de lá. Disseram que havia risco de incêndio, explosão. E ninguém mais pôde trabalhar. Depois, liberaram a Avenida Alfredo Camarote. Mas lá, os carrinhos de comida tomaram conta. Agora, temos a esperança que o problema tenha, finalmente, uma solução.”

O fato de que seria cobrada uma taxa de aluguel de espaço não assusta os barraqueiros. “A gente pagava uma taxa para a Ademg para trabalhar no entorno do estádio. Só não queremos que seja abusiva, tem de ser um valor que tenhamos condições de pagar.”

1173 visitas - Fonte: Superesportes




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