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15/5/2015 09:33

Um Cruzeiro revigorado

A luz no fim do túnel passou a pulsar mais forte. Se ela ainda não é suficiente para iluminar todos os sonhos, pelo menos já clareou um pouco o caminho

Um Cruzeiro revigorado
Quanto maior o desafio, mais doce é o sabor da vitória. No futebol, então, triunfos arrancados com contornos dramáticos garantem enredos épicos. Daqueles que levam o sujeito aos arrepios só de relembrar uma defesa fantástica ou um gol salvador. Apenas quem tem paixão por algum esporte sabe quão forte é essa emoção. E foi assim que o Cruzeiro escreveu a história de sua classificação às quartas de final da Libertadores. Uma jornada que pode ter redefinido a trajetória celeste em 2015.

Os segundos que separaram o momento em que a bola deixou os pés de Gabriel Xavier até tocar a rede de Rogério Ceni foram determinantes para o destino da Raposa. Se o goleiro são-paulino fizesse aquela defesa e um revertério atingisse o Mineirão, com a queda do Cruzeiro no torneio, a Toca viveria uma tormenta. O culpado por todos os males estava previamente apontado. Os vilões, já escolhidos. Ah, Leandro Damião, por que erraste seu pênalti... Manoel, um zagueiro não chuta com aquela sutileza toda... E o técnico Marcelo Oliveira, sempre fracassando em mata-matas!!! Engenheiros de obras prontas, como dizem por aí.

Não, o futebol não permite futurologia. Não é previsível assim, muito menos matemático. Não há verdades absolutas que não mudem de um segundo para o outro – aquele mesmo, que separou a hipotética defesa de Rogério Ceni do aclamado gol que selou a vaga cruzeirense. Quiseram os deuses do futebol que uma conjunção astral nessa noite de 13 de maio impedisse a derrocada celeste.

Rogério Ceni até tocou a mão na bola, na derradeira cobrança, mas não com força suficiente para impedir a festa azul no Mineirão. E a partir daquele momento, os cruzeirenses deixaram o campo da desconfiança para voltar a ver sua equipe sob a ótica da esperança. A luz no fim do túnel passou a pulsar mais forte. Se ela ainda não é suficiente para iluminar todos os sonhos, pelo menos já clareou um pouco o caminho.

Dos ombros de Marcelo Oliveira saiu uma tonelada de incertezas. Seu passado, seu presente e seu futuro se cruzaram ali, sob as traves do Gigante da Pampulha. E dessa encruzilhada ele ressurgiu, fortalecido por suas convicções. Marcelo não deixou de ser quem é. Não se tornou melhor por causa da classificação e nem deveria ser considerado o pior em caso de eliminação. Ele ganhou mais uma partida e, com ela, a sobrevida, um voto a mais de confiança para se manter no cargo. Até o próximo título, para alicerçar seu trabalho, ou a próxima derrota, para decretar o fim da linha.

Amparado pelas duas defesas de pênaltis (e outras tantas fundamentais no Morumbi), Fábio voltou a ser alçado à condição de herói. De quebra, limpou a barra dos que não mostraram a mesma competência, comprovando que não está há tanto tempo com a camisa 1 celeste por acaso. A maneira como ele comemorou foi quase um desabafo. Algo que estava engasgado. Todo o descrédito que pairava sob o grupo se dissipou. A nuvem carregada se foi e o céu voltou a ser azul. As interrogações se transformaram em exclamações. O que era crítica virou elogio.

Numa análise fria, toda essa epopeia foi somente um passo a mais. Apenas uma dificuldade superada. A Libertadores não costuma facilitar para seus participantes, e o que está por vir, podem estar certos, será muito mais desafiante. De espírito revigorado, corpo e alma mais preparados para as adversidades, o Cruzeiro segue. Aceitando suas fragilidades e se reerguendo diante dos obstáculos. Para saber aonde essa estrada o levará, no entanto, há de se aguardar os próximos capítulos. E os próximos heróis.

846 visitas - Fonte: Superesportes




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