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15/5/2015 07:34

J. Baptista diz que não pôde mostrar trabalho e defende valor investido nele

Jogador afirma que ganha o que o

J. Baptista diz que não pôde mostrar trabalho e defende valor investido nele
Júlio Baptista foi apresentado em julho de 2013, no Mineirão, em carro-forte (Foto: Juliana Flister/Vipcomm)

Contusões, bons momentos em Belo Horizonte, falta de oportunidades e até a reclamação de alguns torcedores sobre dedicação ao pôquer. Júlio Baptista faz um balanço de sua trajetória pelo Cruzeiro a menos de três meses do fim do seu vínculo. Contratado no meio de 2013 a peso de ouro, o jogador conquistou dois títulos do Campeonato Brasileiro e um do Mineiro, mas sofreu com recorrentes lesões que o tiraram de mais de 30% dos jogos que o time disputou desde a sua chegada.

Júlio Baptista, que se recupera de uma cirurgia no joelho, ainda não sabe ao certo o que fará depois de 31 de julho. Ele tem um custo mensal de aproximadamente R$ 1 milhão - seu salário gira em torno de R$ 400 mil, mais um valor de luvas, que é repassado ao jogador todo mês. Ou seja, o Cruzeiro terá investido R$ 24 milhões nos dois anos de contrato.

- Tem muita gente que fala que o Júlio ganha muito. Mas eu ganho o que o Cruzeiro aceitou me pagar. Tem gente que fala que o Júlio rouba do Cruzeiro. Ninguém rouba ninguém. Se você fez um contrato, é porque foi de comum acordo. Eu não pus arma na cabeça de ninguém para fazer um contrato, até mesmo porque eu jogava lá fora, e o Cruzeiro pagou o que o mercado dizia que ele tinha que pagar.

O meia foi apresentado com toda a pompa que merecia uma contratação de peso, após atuar por Real Madrid, Roma, Arsenal e seleção brasileira. Saiu de um carro-forte no gramado do Mineirão, antes de um clássico contra o Atlético-MG (no dia 28 de julho de 2013), pelo Campeonato Brasileiro.

Confira o bate-papo do GloboEsporte.com e o meia do Cruzeiro:

GloboEsporte.com: Você se sente frustrado com o número de lesões que teve ao longo da trajetória no Cruzeiro?

Júlio Baptista: São coisas que acontecem no futebol, ainda mais aqui no Brasil, com o calendário que nós temos, com muitos jogos. Tive algumas lesões de posterior (músculo da coxa) no ano passado. Logo no princípio, quando eu cheguei, tive algumas coisas, mas acontece. Isso acaba te tirando de alguns jogos, são coisas que acontecem, são coisas do futebol.

Acha possível retornar aos gramados antes do fim do contrato com o Cruzeiro?

Não sei. Isso vai depender muito de como eu estiver. O importante agora é focar na recuperação, recuperar superbem, voltar sem sentir dores, nem nada. Eu vinha jogando com dor e isso atrapalha o rendimento do jogador. Então, o mais importante é me cuidar bem, para que eu volte em plenas condições.

Como analisa sua passagem de quase dois anos pelo Cruzeiro?

Como tudo, no futebol existem coisas positivas e negativas. Eu costumo puxar pelas positivas. Eu acabei chegando em um projeto novo aqui no Cruzeiro. Em um ano e meio conquistei três títulos. Isso é muito importante. Um jogador conquistar títulos é a comprovação do trabalho que ele está fazendo.

Sentiu-se prejudicado em algum momento, que não teve a sequência de jogos que merecia?

Em nenhum momento eu tive, em um ano e meio, a oportunidade de ser titular e demonstrar meu trabalho. Joguei vários jogos, bastante. Se o Cruzeiro jogou 120 jogos, eu estive à disposição em quase 80. É um número grande, embora não tenha sido titular na maioria deles. Mas isso não é uma questão do jogador, é uma questão do treinador.
(O Cruzeiro disputou 123 jogos desde a estreia de Júlio Baptista. Ele teve seis lesões e ficou fora de 45 jogos. Dos 78 em esteve à disposição, atuou em 60. Marcou 17 gols)

Atuar improvisado como centroavante em alguns momentos te incomodou?

Eu fiz aqui uma coisa que não vinha fazendo na maioria dos clubes em que vinha jogando: mudar minha posição. Aqui, por questões técnicas e do treinador, acabei fazendo uma ajuda, podemos colocar assim, porque estava atuando fora da minha posição. (veja no vídeo abaixo um gol de Júlio Baptista na goleada de 5 a 0 sobre o Santa Rita-AL, pela Copa do Brasil de 2014).

Você tem grande amizade com o Kaká, que está jogando nos Estados Unidos. O que pensa a respeito do seu futuro no futebol?Os EUA são uma opção?

Também, também existe essa possibilidade de jogar lá (nos Estados Unidos). Tem muitas coisas que a gente vai analisar, colocar na mesa e ver o que é melhor para mim. Com certeza vamos tomar uma decisão que seja boa para mim e para a minha família. Eu sei o que eu quero, vamos ver se as coisas fluem para que dê certo com as coisas que eu estou querendo.

O seu custo-benefício no Cruzeiro já foi questionado. Essas críticas te incomodam?

Tem muita gente que fala que o Júlio ganha muito. Mas eu ganho o que o Cruzeiro aceitou me pagar. Tem gente que fala que o Júlio rouba do Cruzeiro. Ninguém rouba ninguém. Se você fez um contrato, é porque foi de comum acordo. Eu não pus arma na cabeça de ninguém para fazer um contrato, até mesmo porque eu jogava lá fora, e o Cruzeiro pagou o que o mercado dizia que tinha que pagar. Aí as pessoas acabam falando que eu ganho muito e acabam fugindo do foco.

Alguns torcedores criticam seu gosto pelo pôquer e alegam que pode atrapalhar o rendimento em campo. Você concorda?

Eu não entendo o fato de os torcedores quererem opinar em uma coisa que é minha, que eu faço na minha folga, na minha casa. A gente faz isso até na concentração. A maioria dos jogadores joga, e isso serve até para aproximar os atletas. Tinha jogadores que se falavam muito pouco e, pela questão do pôquer, de jogar videogame, nesse ambiente aumenta a afinidade. Eu acho que muito do sucesso que o Cruzeiro teve nesses anos campeões passa pela afinidade dos jogadores. Você sempre vê vários jogadores em um quarto, jogando videogame, e seis ou sete no outro, jogando pôquer.

Você se arrepende de ter ido a uma casa de pôquer?

Nesses quase dois anos em que estou aqui, em Belo Horizonte, acabei indo uma vez num local publico (uma casa de pôquer na cidade), e uma pessoa tirou uma foto e colocou na rede. Para mim, é uma coisa tranquila, porque eu não estava fazendo nada de errado. Estava num momento livre meu. É como se eu estivesse jogando golfe. Para mim, é uma coisa normal.
(Existe um debate jurídico no Brasil a respeito do pôquer: se se trataria de um jogo de azar - o que tornaria ilegal a sua promoção - ou de habilidade. Há casas de pôquer funcionando no país)


Baptista diz que o pôquer é um hobby, como outro qualquer, e que não interfere no rendimento (Foto: Mauricio Paulucci)

16116 visitas - Fonte: GloboEsporte




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