Atlético e Cruzeiro divulgaram nessa semana os balanços referentes às contas de 2014. Embora o ano passado tenha sido vitorioso dentro das quatro linhas, com os rivais conquistando Copa do Brasil, Recopa (Galo), Mineiro e Brasileiro (Raposa), o mesmo não pode ser dito em relação às finanças: os dois terminaram a temporada com déficit. O Alvinegro teve saldo devedor de R$ 48,4 milhões e o time celeste de R$ 38,7 milhões.
O consultor financeiro Amir Somoggi fez um estudo detalhado das receitas, despesas e analisou as dívidas dos clubes mineiros. Pontos de disparidade ocorreram em itens importantes na estruturação das agremiações.
Em relação às receitas, o Cruzeiro arrecadou R$ 223,2 milhões, crescimento de 19% se comparado ao ano de 2013. Já o Galo teve queda de 21% nos ganhos, com faturamento de R$ 178,9 milhões.
A diferença de receitas traz trechos de desequilíbrio que evidenciam os problemas dos dois lados. O Cruzeiro encheu os cofres com a venda de jogadores. Nomes como Ricardo Goulart e Everton Ribeiro deixaram a Toca por cifras milionárias, e o principal aliado celeste foi o Mineirão: arrecadação de R$ 85,8 milhões com bilheteria (méritos do programa de sócio-torcedor).
Com menos rendimento nos dois itens citados acima, o Galo sobressaiu nas cotas de TV (R$ 80,4 milhões) e outras formas de renda (R$ 25,5 milhões – não explicadas no estudo).
Os custos com o futebol dos arquirrivais foram semelhantes. Porém, no quesito dívida, os dois têm situações distintas. O Galo tem débito de R$ 486,6 milhões, e viu as pendências aumentarem em 11%. Em relação aos impostos fiscais, o clube conseguiu redução de 9% (Alvinegro conseguiu acordo de parcelamento da dívida com a Fazenda Nacional).
Já a Raposa deve menos que o rival, mas viu o montante crescer 27%. O Cruzeiro deve R$ 252,9 milhões e viu se passivo fiscal aumentar na mesma proporção.