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9/3/2015 13:05

Bomba atirada no campo do Mineirão mancha clássico da “quase” paz

Apesar do ato de violência no fim do jogo, torcedores e jogadores dão bom exemplo e confraternizam antes, durante e depois da partida entre Cruzeiro e Atlético-MG

Bomba atirada no campo do Mineirão mancha clássico da “quase” paz
Belo Horizonte amanheceu dividida. Cruzeirenses e atleticanos. Campeões brasileiros e campeões da Copa do Brasil. O primeiro clássico da temporada tinha tudo para ser marcado pela paz. Apesar do bom exemplo dos protagonistas do espetáculo, um estampido de violência interrompeu a tranquilidade, quase no fim do jogo. Um torcedor, na torcida cruzeirense, atirou no gramado um artefato explosivo, que caiu próximo aos repórteres. O radialista Christian Mascary, da rádio Sucesso, de Divinópolis, passou mal e teve que receber cuidados médicos.

O repórter caiu na beira do gramado e foi atendido prontamente. Ele se lembra de ter ouvido um barulho muito forte e sentido um impacto no corpo. Emocionado, Christian disse estar aliviado por voltar para casa vivo.

- Vou poder voltar para casa inteiro, para o convívio com a minha família. Chega, a gente não precisa passar mais por isso. Temos que dar um basta.

Um suspeito foi identificado e encaminhado para a delegacia do Mineirão. Responsável pelo policiamento especializado da Polícia Militar, o Coronel Ricardo Machado explica que a revista dos torcedores é feita pela segurança privada da Minas Arena – concessionaria que administra o estádio. No entanto, ele admite que alguns artefatos acabam ultrapassando a barreira.

- A revista dos torcedores é feita pela Minas Arena, mas eu queria salientar que eles estão fazendo um grande trabalho. Obviamente que a revista é ligeira e muito rápida e não consegue detectar alguns objetos, que muitas vezes são introduzidos até mesmo no ânus. Não sei se é este o caso.

Bons exemplos

A exceção sobressaiu à regra. Mas bons exemplos foram encontrados em todos os cantos do Mineirão. Na saída dos jogadores, torcedores do cruzeiro assediavam jogadores do Atlético-MG e vice-versa. O meia celeste Alisson tirou foto com um torcedor atleticano e não escondeu a satisfação por ver o clima fora de campo.

- A gente fica feliz de ver estas coisas acontecendo fora de campo. A rivalidade fica dentro de campo, acaba o jogo todo mundo é amigo. Tem que ser tudo na paz.

Luan, do Atlético-MG, também foi tietado pelos rivais e fez um desabafo.

- Espero que as famílias voltem ao estádio, como antigamente, e não a bandidagem. Espero que os torcedores façam como Inter e Grêmio no jogo da paz.


Do lado de fora do estádio, os torcedores confraternizavam juntos. A feira de artesanato no estacionamento do Mineirinho, principal ginásio de Belo Horizonte, recebia torcedores dos dois clubes, em clima de paz. As brincadeiras e provocações sadias até aproximam os rivais. Sâmara, de 28 anos, ficou amiga de um grupo de cruzeirenses antes da partida.

- Eu sou atleticana, mas acho muito legal que atleticanos e cruzeirense fiquem juntos antes da partida sem problemas.

Geraldo foi um dos que recebeu a torcedora. O professor de história fez questão de ressaltar o clima de paz entre atleticanos e cruzeirense e disse que espera que o futebol evolua de uma forma que o Mineirão volte a abrigar clássicos de torcida meio a meio.

- Acima de tudo, somos todos seres humanos. Tenho amigos atleticanos, minha namorada é atleticana. Seria muito saudável se pudéssemos todos virmos ao estádio assistir ao espetáculo juntos. Eu espero que o Mineirão volte a ter torcida dividida como já teve um dia, sem problemas. Sem violência.

5883 visitas - Fonte: Globoesporte.com




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