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8/3/2015 16:12

Flores e respeito

Mulher gosta de futebol, sim, vai a campo por livre e espontânea vontade e entende do riscado. Como gosta, entende e acompanha vôlei, handebol, natação ou tênis

Flores e respeito
'Pois há mulher que gosta mais de futebol do que seus pares; além de primos, irmão, amigos, etc (...)'

É de se espantar que em pleno século 21 ainda haja quem pense que mulher em campo de futebol é mero enfeite. Que elas estão lá apenas para distribuir simpatia, acompanhando namorados ou maridos. A realidade, meus caros, é outra já faz tempo. Mulher gosta de futebol, sim, vai a campo por livre e espontânea vontade e entende do riscado. Como gosta, entende e acompanha vôlei, handebol, natação ou tênis sem que ninguém conteste. O que incomoda essa turma preconceituosa é o tal do futebol – como se ele fosse especialidade masculina.

É só uma mulher dizer que gosta do esporte bretão que logo aparece um gaiato desfilando um rosário de perguntas na tentativa de desafiar esse tal conhecimento feminino. Ela tem de saber de cor da escalação da Seleção Brasileira de 1970 ao nome do técnico que comandou a Grécia campeã da Eurocopa em 2004. Para convencer, precisa falar a média de gols do argentino Messi, listar os títulos que José Mourinho coleciona e até pronunciar Schweinsteiger sem pestanejar. Se souber escrever o nome do alemão, já ganha uma estrelinha. Diferenciar 3-5-2 de 4-4-2, então, é bônus, como se o entendimento de esquema tático necessitasse de um MBA em física quântica! Os mais ingênuos ainda sacam da cartola a velha pergunta sobre a tal regra de impedimento...

Pois há mulher que gosta mais de futebol do que seus pares – além de primos, irmão, amigos, etc. Da mesma forma que há muito homem por aí com habilidade na cozinha – o que não é uma das virtudes desta colunista, por exemplo. E esse preconceito bobo não se limita às arquibancadas. Muitos senhores ainda torcem o nariz para mulher falando e/ou escrevendo sobre futebol. Se discordarem da opinião dela, aí que terão certeza de que a jornalista não saca nada de futebol. Qualquer deslize é tratado como suposta comprovação da teoria. Não, gente, nem toda garota que se aventura pela seara do jornalismo esportivo caiu na área de paraquedas.

Por isso, é preciso provar duas, três vezes mais que qualquer colega do sexo masculino para conquistar credibilidade. Adicione a isso a avaliação estética, que muitas vezes distorce qualquer análise profissional. Por isso, no Dia Internacional da Mulher, a gente não quer só homenagens. Flores e palavras doces são muito bem-vindas, mas o que a gente quer mesmo é respeito.

2220 visitas - Fonte: Super Esportes




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