O Ministério Público Federal aguarda uma documentação pedida à Receita Federal para definir o andamento do procedimento instaurado para averiguar a possibilidade de o atacante Leandro Damião ter cometido crime de falsidade ideológica ao se declarar pobre no processo que move contra o Santos por conta de salários atrasados.

O procedimento foi distribuído no escritório do órgão em Santos e está na mesa do procurador Antônio Morimoto Júnior. Ele já recebeu cópia da ação, que tramita na 4ª Vara do Trabalho da cidade, e agora espera as informações do fisco para cruzar os dados reunidos e decidir se faz uma acusação, envia um pedido de abertura de inquérito na Polícia Federal ou arquiva o processo.

- Por ora é prematuro dizer o que acontecerá. Demos um prazo de 15 dias à Receita Federal, que está vencendo. Se não recebermos, vamos reiterar o pedido - afirmou Morimoto.

Segundo o procurador, o MPF não foi provocado a investigar o caso, mas se interessou pelo episódio pela repercussão gerada. O procedimento gerou críticas dos advogados de Damião, que, em nota, classificaram a apuração como "inusitada".

O jogador, hoje emprestado ao Cruzeiro, tenta se desvincular do Santos, com quem tem contrato por mais quatro anos, por conta de atrasos nos salários entre outubro e dezembro, além de benefícios. Para isso, anexou à ação uma declaração de pobreza, pedindo gratuidade de Justiça, numa tentativa de sensibilizar o juiz.

Um primeiro pedido de liminar foi negado e o atleta ainda foi condenado a indenizar o clube em cerca de R$ 100 mil por má-fé - foi o entendimento do magistrado ao notar o polêmico documento entre contratos que estipulavam uma remuneração mensal de R$ 650 mil.