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18/10/2017 13:43

Ecos do penta

Ao ver o chute de Diego parar nos braços de Fábio, pedi silenciosamente perdão ao goleiro por já ter implicado com sua fé, seu proselitismo religioso e apontei junto os braços para o alto

Ecos do penta
Fábio pegou a cobrança de Diego, logo o craque do Flamengo, e deu quinta Copa ao Cruzeiro / RAMON LISBOA/ EM DA PRESS

Para quem tem a honra de nascer ou ser Cruzeiro, a boa campanha no returno do Brasileiro e as mudanças administrativas para 2018, por mais importantes que sejam, ainda soam secundárias diante do que foi o penta conquistado há 20 dias. Porque ele deixou marcas eternas para o gigante incontestado do futebol mineiro, que só serão dimensionadas quando muito tempo se passar.



Da bomba de Giovanni que explodiu nas redes para o tri da Copa do Brasil ao tiro escorregadio de Thiago Neves que sacramentou o quinto título, com festas ensandecidas no Mineirão, 17 anos se passaram. E nas grandes conquistas desse intervalo, em 2003, 2013 e 2014, o cruzeirense foi privado por excesso de competência do sabor de ganhar sofrido. Reinaram a superioridade técnica e o atropelo impiedoso de adversários. O penta apresentou a uma nova geração de celestes a faceta do clube que eles só conheciam por letras e vídeos. E fez guerreiros vividos e nostálgicos reviverem o espírito copeiro enraizado no manto mais lindo do mundo. Como na saudosa década de 90, quando uma geração de ídolos eternos empilhava títulos e desafiava probabilidades em triunfos dramáticos.

Contra o tricolor paulista a classificação veio com gols de bola parada, Morumbi silenciado e sufoco na volta. A passagem pela Chapecoense teve direito a batalha campal durante e após o jogo em Santa Catarina. Contra o poderoso Palmeiras, o gol salvador espírita do lateral Diogo Barbosa nos minutos finais, ao estilo centroavante matador. O elogiado Grêmio sucumbiu nos penais diante de uma pressão ensurdecedora no Mineirão, com time e torcida em sintonia que se tornaria intransponível. Foi com essa simbiose que os jogadores e 5 mil loucos da cabeça fizeram história no Maracanã e trouxeram para casa o capítulo final.

Na final nervosa e estudada, o destino nos reservou, de novo, a marca da cal. Consciente de que justiça não entra em campo, quando dei por mim já repetia por instinto um ritual que a maturidade me fizera há tempos abandonar. Ajoelhei em uma das fileiras mais altas do estádio e fiz o sinal da cruz a cada cobrança nossa convertida, sem esboçar qualquer outro movimento. Ao ver o chute de Diego parar nos braços de Fábio, pedi silenciosamente perdão ao goleiro por já ter implicado com sua fé, seu proselitismo religioso e apontei junto os braços para o alto. Quando essa irracionalidade mágica te domina, você sente que é movido por um vício eterno e incurável.

A taça erguida pelo capitão Henrique e pelo zagueiro Leo, tantas vezes contestados, foi o triunfo da superação, da camisa pesada, da consolidação de novos ídolos eternos e da paixão teimosa de milhões de corações azuis pelo tão combatido e jamais vencido clube fundado por imigrantes batalhadores, que se agigantou sem benfeitores endinheirados, sem boa vontade de formadores de opinião e escrevendo em campo páginas heroicas imortais. As próximas podem ser logo ali. A Libertadores nos chama. E antes disso, se o Corinthians vacilar... Quem há de duvidar?

2544 visitas - Fonte: Super Esporte




Parabéns ao Cruzeiro .. Orgulho de ser cruzeirense

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