Dirigentes de pelo menos dez federações estaduais de futebol , ligadas a três dos cinco vices da CBF, Delfim Peixoto, Marcus Vicente e Gustavo Feijó, não concordaram com a volta repentina do presidente Marco Polo Del Nero ao poder. Ele encurtou de 150 para 30 dias sua licença do cargo, a fim de afastar o presidente em exercício Marcus Vicente.

Essa oposição silenciosa aguarda apenas uma nova licença de Del Nero, que passaria a presidência ao vice recém-eleito, coronel Antônio Nunes, para se manifestar.

O Terra conversou com cinco presidentes de federações que integram esse grupo. Eles receberam telefonemas de outros colegas, preocupados com os rumos da CBF após mais uma medida de Del Nero para perpetuar seu poder na entidade.

Del Nero foi indiciado pela Justiça dos EUA por crimes de corrupção e é investigado pelo Comitê de Ética da Fifa. Ele entrou em choque com Vicente porque o então presidente em exercício quis cortar gastos da entidade, reduzindo as despesas com passagens aéreas e hotéis para dirigentes e seleções de base.

Agora, na iminência de ser punido pela Fifa, Del Nero prepara a casa para o coronel Nunes, de 77 anos, que foi alçado a vice em outra manobra, a fim de evitar que Delfim Peixoto, 75 anos, chegasse à presidência por ser o vice mais idoso da entidade.