Um dos sete reforços contratados pelo Cruzeiro na janela de inverno, Rafael “Papagaio” Elias se emocionou na apresentação. O jogador ficou com a voz embargada, levou alguns segundos até começar a responder sobre o maior desafio pessoal no novo clube e lembrou as dificuldades que passou no futebol brasileiro.

Rafael Elias se emociona na chegada ao Cruzeiro: "Pensei em parar de jogar"
- O maior desafio pessoal para mim foi chegar aqui. Todo mundo sabe o que eu passei no Brasil, e é até difícil falar. Só eu e minha família sabemos o que passamos aqui.
"O mais importante é ter o reconhecimento. Vestir essa camisa é um sonho. Nunca imaginei que quando eu voltasse dos Emirados, teria tantas propostas."
Rafael Elias surgiu nas categorias de base do Palmeiras. Marcado pelo faro de gol e as boas finalizações com a perna canhota, foi tido como promessa do futebol brasileiro, chegando ao profissional do Verdão aos 19 anos.
Mas não vingou. Foi emprestado também a Atlético-MG, Goiás e Cuiabá. Também sem sucesso. Ainda vinculado ao Palmeiras, foi rival do Cruzeiro na Série B do ano passado, pelo Ituano, e foi repassado ao Baniyas, dos Emirados Árabes. E foi naquele país que cogitou abandonar a carreira, no ano passado, após grave lesão no braço.
"Conversei com a minha esposa, pensei em parar quando quebrei o braço."
- Mas Deus falou para mim que tinha uma promessa no Cruzeiro , e eu creio que Deus vai fazer grandes coisas nesse clube. O meu comprometimento maior vai ser colocar o Cruzeiro onde ele deve estar, que é brigando por títulos, Libertadores. Esse vai ser o maior desafio da minha carreira.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_bc8228b6673f488aa253bbcb03c80ec5/internal_photos/bs/2023/W/D/rzndimQ4ismP4PLMkWtw/53075263729-50797bfd44-k.jpg)
Rafael Elias chega para reforçar o Cruzeiro na sequência da Série A — Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Rafael Elias chega para reforçar o Cruzeiro na sequência da Série A — Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Por conta da lesão, Rafael Elias ficou sem atuar entre janeiro e maio deste ano. Voltou na reta final da temporada nos Emirados, ainda com poucos minutos em campo, e entrou em campo pela última vez no dia 12 de maio.
Contratado pelo Cruzeiro com vínculo até o final de 2026, Rafael Papagaio disputará posição principalmente com Gilberto. Em meio à chegada do jogador, o clube acertou a rescisão com Henrique Dourado, que está sem clube.
Veja outras respostas de Rafael
- A passagem pelo Ituano foi um divisor de águas para mim. Tive poucas oportunidades onde passei. Pode ser por falta de maturidade, tempo de jogo, e isso os clubes podem falar melhor. Mas, em todos lugares, eu sempre trabalhei muito forte, me dediquei 1000%. Isso cabe a quem está na beira do campo, para escolher quem vai entrar. O que eu demonstrei no Ituano, coletiva e individualmente, que me trouxe até aqui. Recebi várias propostas, mas quando chegou a do Cruzeiro eu nem pensei duas vezes. Uma camisa muito pesada. Acredito no projeto e em onde podemos chegar.
- Eu busco dar bastante mobilidade, muita intensidade e atacar bem a profundidade. Estamos em um processo de readaptação, porque estava em férias nos Emirados, além de ter passado por cirurgia no braço. Perdi quase 25 jogos da temporada lá. Mas o mais importante é encaixar no contexto do grupo, casar com as características dos jogadores que estão ali por trás. É entrosar mais ao grupo e ao processo.
- O homem-gol sempre teve. O Gilberto, o Dourado... caras com uma carreira excepcional e quem são referências na posição. Venho para somar, para ajudar. Ninguém está chegando aqui para salvar a pátria e ser herói. Vim para somar com o projeto, ajudar o professor e o elenco. Tudo gira em torno do coletivo. Estou pronto para dar meu melhor. Não posso achar que vou chegar e fazer dois ou três gols por partida. Se for assim, ótimo. Mas vou trabalhar para ajudar meus companheiros, seja fazendo gol ou baixando as linhas para marcar. O mais importante é ajudar a instituição, que é o mais importante. O que importa são os três pontos.