Marcelo Moreno faz belo gol, mesmo com pouco ângulo (Foto: Getty Images)

Com sete pontos de vantagem para o segundo colocado e com o "título" do primeiro turno garantido por antecipação, faltando ainda duas rodadas para o início do returno, o Cruzeiro chama a atenção pela superioridade apresentada diante de seus adversários a cada semana. O comentarista Maurício Noriega, mesmo exaltando o trabalho feito pelo técnico Marcelo Oliveira, acredita que essa diferença na pontuação ocorre, principalmente, por incompetência dos clubes que tentam perseguir o atual campeão brasileiro.

- Acho que a diferença de sete pontos não é para encomendar a faixa ainda, mas é construída em cima do que os outros times não fazem. Houve aquele momento do Internacional, que chegou, foi vice-líder, aí perdeu duas seguidas. O mesmo aconteceu com o Corinthians, que perdeu (pontos) para times que estão lá embaixo, como Coritiba, Figueirense, etc. O Atlético-MG ensaia uma aproximação. O Fluminense vinha chamando a atenção, veio uma sequência de derrotas. Isso não acontece com o Cruzeiro, em que uma sequência negativa são empates apenas. Essa diferença, então, é por que ninguém ensaia uma arrancada e o Cruzeiro tem várias - disse Noriega.

Para o ex-lateral direito Belletti, que também comentou a partida, a qualidade e o entrosamento dos jogadores do Cruzeiro se torna um fator determinante para essa superioridade representada na tabela do campeonato.

- A qualidade dos jogadores do Cruzeiro é muito superior (ao da maioria dos times do campeonato). Têm muitos jogadores no setor ofensivo, para criar as chances, e eles sabem o momento certo de tentar o drible, fazer a tabela, tentar o chute de longa distância, tamanha a confiança e entrosamento dos jogadores, o que hoje, é bastante raro - comentou Belletti.

Na mesma linha de pensamento, André Rizek, presente no estúdio do "Troca de Passes", cita uma entrevista do técnico do Cruzeiro ao jornal "O Globo", onde ele fala sobre a qualidade do futebol brasileiro, que passa diretamente, pelas características dos jogadores de meio-campo.

- Em algum momento, nós passamos a diferenciar volante de meia. Passaram a ser coisas totalmente disassociadas. Isso diz muito do nosso atraso no futebol de hoje. O Marcelo Oliveira dá uma entrevista no jornal O Globo de hoje (domingo), na qual ele compara o futebol do Brasil com o de outros países, evidência o atraso em que estamos. E acho que esse é um dos atrasos: a questão dos volantes. Se você pegar a seleção da Alemanha, os volantes eram Schweinsteiger, Tony Kroos, que são excelentes passadores de bola. Entre suas qualidades, não está a de ser "cães de guarda". Mas, aqui no Brasil, o volante é só o cara que marca e protege a zaga. Achei emblemático o que ele falou - falou Rizek.

Líder isolado do Brasileirão, o Cruzeiro volta as atenções para outra competição. Na quarta-feira, às 19h30, recebe o Santa Rita-AL no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil.


Belletti aponta qualidade e entrosamento dos jogadores do Cruzeiro como fundamentais (Foto: Getty Images)